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Por que não comemos a carne de animais carnívoros?

Por que não vemos lanche de leão e churrasquinho de onça por aí? Os motivos envolvem saúde, eficiência energética e religião

Por Eduardo Lima
26 fev 2025, 18h00

A maioria dos animais que os seres humanos comem – vacas, galinhas e porcos – são herbívoros ou onívoros. Você não vai ver alguém fazendo churrasquinho de leão e onça (até porque matar animais silvestres é crime ambiental no Brasil).

Mesmo assim, alguns Homo sapiens ao redor do mundo comem animais carnívoros. Carne de urso é consumida em alguns lugares do hemisfério norte, e crocodilos e jacarés são quitutes gastronômicos nos Estados Unidos, na China, na Etiópia e na Austrália.

Além disso, a maioria dos peixes consumidos por seres humanos são predadores que se alimentam de outros peixes, com dietas estritamente carnívoras.

Mas é inegável que há uma preferência pelos animais herbívoros. Algumas hipóteses explicam isso, que passam desde o gosto da carne dos carnívoros até proibições compartilhadas por diferentes religiões.

Não compensa (e nem parece boa)

Como nós, os animais vivem suas vidas em contato com vários microrganismos, alguns inofensivos e outros perigosos. A poluição do habitat dos bichanos também pode causar contaminação com metais pesados, que podem ser danosos para eles e para os seres humanos que vão consumi-los.

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Os animais carnívoros não só carregam seus próprios microrganismos durante a vida, mas também acumulam os micróbios e parasitas dos outros animais que eles comem. Quanto mais no topo da cadeia alimentar, mais o predador acumulou possíveis patógenos das presas.

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Esse tipo de contaminação já é um problema para os humanos quando comem animais herbívoros – comer carne contaminada com fezes de porcos ou frangos pode levar à infecção com salmonela. No caso dos superpredadores, que ocupam o topo da cadeia alimentar, esse perigo só aumenta.

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E não é só saúde: muitos carnívoros só não são gostosos. Os predadores, que tendem a ser mais magros e fortes que suas presas, costumam ter menos gordura e fibras musculares mais grossas. Isso significa que a carne dos carnívoros tende a ser mais dura e menos saborosa.

Um dos principais motivos para não comer carnívoros é a ineficiência da prática. Já é um baita gasto ecológico e energético criar bovinos, suínos e aves para consumo. São empregados mais de 15 mil litros de água para produzir um quilo de carne bovina. Pegar essa carne (que já é difícil de conseguir) e usá-la para alimentar um leão para, então, comer sua carne, não faz muito sentido.

Isso é explicado por um conceito básico da biologia, os níveis tróficos. Os níveis mais baixos, ocupados pelos produtores, exigem menos energia para sustentar a vida. Quando os predadores começam a se alimentar dos animais herbívoros, a energia inicial vai se perdendo entre os níveis tróficos. Os carnívoros exigem mais energia do que os herbívoros, e isso não só é ineficiente como é caro.

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Outro aspecto importante é a religião. Tanto o judaísmo como o islamismo têm proibições para o consumo de predadores. O que dita nossa dieta, na maioria das vezes, é a cultura. Todos esses motivos provavelmente se somam uns aos outros e criam um grande tabu cultural, contra o consumo de carnívoros.

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