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Mais de um sexto de toda comida produzida vai para o lixo, diz relatório

Segundo a ONU, 931 milhões de toneladas de alimentos foram descartadas em 2019 – mas 3 bilhões de pessoas ainda não conseguem pagar uma dieta saudável.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 5 mar 2021, 18h31 - Publicado em 5 mar 2021, 18h29
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  • Restos de alimentos.
     (esp_imaging/Getty Images)

    Mais de um sexto de toda comida produzida em 2019 foi desperdiçada, revelou um relatório publicado nesta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela a instituição de caridade pró-sustentabilidade WRAP, do Reino Unido.

    Essa cifra equivale a cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos descartados em casa, em restaurantes e em redes de varejo. A equipe revisou dados governamentais e estudos acadêmicos de 54 países desenvolvidos e subdesenvolvidos para obter um panorama abrangente do desperdício de alimentos no mundo.

    O resultado é que 17% de todos os alimentos produzidos são jogados fora. Isso equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados. A maior parte desse desperdício – 60% do total de comida descartada, ou 11% de toda comida que existe – ocorre nas casas. Globalmente, uma pessoa desperdiça, em média, 121 kg de comida todos os anos.

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    O estudo também descobriu que o desperdício de alimentos afeta países pobres e ricos igualmente, contrariando em partes a ideia de que o fenômeno é típico de locais de renda mais alta. Um problema, porém, é que o relatório não foi capaz de separar, em suas contas, resíduos alimentícios comestíveis dos não comestíveis, como ossos, cascas de vegetais ou conchas, que dificilmente podem ser reaproveitados.

    Sendo assim, é possível que países de renda média e baixa tenham seu desperdício de alimentos per capita inflado porque as refeições são mais frequentemente preparados do zero com produtos in natura (afinal, é muito mais barato comprar ou plantar vegetais do que comer uma pizza congelada, que não deixa resíduos).

    O desperdício de alimentos tem impactos ambientais, sociais e econômicos relevantes. Estima-se que algo entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estejam associadas a alimentos que não são consumidos (seja porque foram desperdiçados pelos consumidores ou porque sequer chegaram a ser ofertadas para as pessoas, se perdendo em algum momento da cadeia produtiva).

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    Além disso, é claro, há o problema da fome; em 2019, a ONU estimou que 690 milhões de pessoas foram afetadas pela falta de alimentos – e que quase metade da população do planeta, embora não sofra com crises de fome aguda, não consegue pagar uma dieta balanceada e saudável. Esses números provavelmente aumentarão com a pandemia e a crise econômica.

    “Reduzir o desperdício de alimentos cortaria as emissões de gases de efeito estufa, desaceleraria a destruição da natureza e a poluição e aumentaria a disponibilidade de alimentos. Assim, reduziríamos a fome e economizaríamos dinheiro em um momento de recessão global”, disse em comunicado Inger Andersen, diretora executiva  do PNUMA.

    “Se quisermos levar a sério o combate às mudanças climáticas, à perda de natureza e biodiversidade e à poluição, empresas, governos e cidadãos em todo o mundo têm que fazer sua parte para reduzir o desperdício de alimentos. A Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU este ano proporcionará uma oportunidade de lançar novas ações para lidar com o desperdício de alimentos.

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