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Por que alguns animais são afetados pelo coronavírus e outros não?

Dois gatos de Nova York testaram positivo para Covid-19, assim como outros felinos ao redor do mundo. Entenda como o vírus age em diferentes bichos.

Por Carolina Fioratti
23 abr 2020, 17h09

O novo coronavírus fez milhares de vítimas pelo mundo, e um medo comum é que nossos bichinhos de estimação entrem nessa conta. Na quarta-feira (22), foi divulgado o caso dos primeiros gatos de Nova York (EUA) a testarem positivo para o vírus. Há evidências de que outros animais também tenham contraído a doença, mesmo que de forma leve: cães, furões e até mesmo tigres. Mesmo assim, o número é baixo. Afinal,  por que tão poucos animais desenvolvem a Covid-19?

Antes de falarmos sobre isso, é preciso reforçar que o principal vetor da doença é o ser humano. Não há indícios de que os pets possam passar aos seus donos o Sars-CoV-2, apenas o contrário. Por isso, não há motivo para pânico – e muito menos se afastar de vez do seu companheiro. 

Todos os mamíferos vertebrados possuem uma proteína reguladora de pressão arterial chamada ACE2. É nela que o novo coronavírus se liga para realizar a infecção (pense no Sars-CoV-2 como uma chave, e a ACE2 como uma fechadura). Mas, se todos os vertebrados têm isso, qualquer um deles pode ser infectado? Não exatamente.

A forma dessa fechadura não é a mesma para todos. Porém, os primatas e gatos domésticos são os vertebrados com a ACE2 mais parecida com a nossa (são praticamente idênticas). E é por esse motivo, talvez, que tenhamos escutado sobre casos de infecção em felinos da Bélgica, Hong Kong e, agora, Nova York. O Sars-CoV-1, causador do surto de SARS em 2002, mostrou comportamento semelhante, utilizando o ACE2 como porta de entrada para as células e também passando de humanos para gatos.

No entanto, ainda restam muitas dúvidas. A tigresa infectada em um zoológico, por exemplo, mesmo sendo um felino, é bem diferente de um gato doméstico. Apesar de ambos os animais terem a ACE2, eles não são igualmente suscetíveis a todas as doenças. 

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Além disso, o número de animais contraindo o vírus parece ser baixo. Não há dados suficientes de gatos sendo infectados por seus donos – talvez pelos animais não demonstrarem sintomas graves da Covid-19. Por isso, é preciso ter cautela ao cuidar dos pets caso esteja doente, da mesma forma que lidaria com qualquer outra pessoa em casa. A prevenção segue sendo a principal indicação diante de um vírus ainda pouco conhecido.

O ACE2 também não é a resposta de tudo. Cães e furões, com variações da proteína mais distintas dos humanos, também pegaram a doença. Os cachorros não se mostraram bons hospedeiros em pesquisas, mas podem acabar infectados devido a alta exposição ao vírus, quando seus proprietários ficamdoentes. Já os furões possuem vias aéreas que os tornam suscetíveis a doenças infecciosas, como é o caso da Covid-19 em que o vírus ataca o pulmão.

Vale reforçar que os principais atingidos seguem sendo os seres humanos. É preciso seguir as recomendações do Ministério da Saúde, respeitando o distanciamento social e adotando-o também para os bichinhos. Evite passeios longos, saia apenas quando necessário e mantenha a higienização de suas mãos e de seus animais. Além disso, não deixe de usar máscara na rua. Caso você esteja infectado, use máscara também em casa para cuidar do pet e não abuse dos carinhos. Quer muito apertá-lo? Melhor esperar a quarentena acabar.

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