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Longa vida aos Moços

O que significa ficar velho? Os estragos da idade são inevitáveis? A fonte da juventude existe? Começando a encontrar as respostas, os pesquisadores têm uma boa notícia a dar: longevidade é algo que se ganha desde cedo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h39 - Publicado em 30 abr 1990, 22h00

Lúcia Helena de Oliveira

Será que alguém pode apagar 75 velinhas e ainda se considerar na meia idade? De certo ponto de vista, até que não seria muita pretensão, pois apenas com base no estoque de 10 bilhões de células nervosas que o cérebro possui ao nascer pode-se calcular que o organismo humano está programado para viver 150 anos. No entanto, feliz de quem consegue chegar com saúde à metade disso. Alimentação inadequada, estresse, sedentarismo, álcool, drogas, fumo: em vez de morrerem de 10 mil a 100 mil daquelas células por dia, o normal dos 30 anos em diante, influências ambientais podem multiplicar por dez a rapidez do envelhecimento. Tão ruim como viver de menos, se não pior, porém, é viver mal: a memória falha, a pele resseca, a estatura encolhe, a gordura aumenta, os músculos enfraquecem, os reflexos diminuem, os pulmões enrijecem o coração se cansa—e tudo tende a fazer da velhice o naufrágio de que falava o estadista francês Charles de Gaulle, que por sinal ainda estava no poder aos 78 anos e morreu dias antes, de completar 80.

Não é por acaso que as novas gerações de gerontologistas, como se chamam os doutores em envelhecimento, preferem dar mais vida aos anos do que simplesmente mais anos de vida, no jogo de palavras do professor Edward Schneider, da Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos. Ali, como talvez em nenhum outro lugar, aprendeu-se a prorrogar a qualquer preço o tempo dos idosos. Na corrida pela vida, a preocupação com a longevidade deixou em segundo plano o interesse pela qualidade. É compreensível: adiar o desgaste do organismo é, afinal, um empreendimento complicado, não só porque os cientistas não têm controle sobre a vida que os homens levam, mas principalmente porque ninguém conhece tintim por tintim os comos e os porquês do envelhecimento. Ramo das ciências biológicas, a gerontologia é uma guapa quarentona, ou seja, uma criança, comparada com a pediatria, por exemplo.

No entanto, o que há de novo nessa área, uma enxurrada de experiências e descobertas fascinantes, é de entusiasmar velhos — e jovens. De fato, dessas descobertas nasce a certeza de que o jogo da longevidade começa a ser decidido já na adolescência. A multiplicação das pesquisas resulta de um surto inédito de interesse pelo assunto, motivado, sem dúvida, por existir cada vez mais gente idosa no planeta. No início do século, a expectativa de vida na média dos países industrializados oscilava em torno de 50 anos; hoje, quem nasce no Japão ou na Escandinávia, campeões mundiais de longevidade, tem toda chance de chegar a 85, ainda mais se for mulher. No Brasil, a esperança média se detém por volta dos 67 anos. Graças à elevação dos padrões de vida e às conquistas da Medicina, nunca antes a proporção de velhos no conjunto da população foi tão grande como deverá ser já nas primeiras décadas do próximo século — com conseqüências sociais e econômicas que apenas se comece a imaginar.

Em compensação, a Terra nunca hospedou tantos doentes crônicos, como chama a atenção o professor Luiz Roberto Ramos, da Escola Paulista de Medicina, 36 anos, que coordena para a Organização Pan- Americana de Saúde uma pesquisa sobre idosos brasileiros. “Nosso desafio é evitar os problemas de saúde na terceira idade, quando a capacidade funcional do organismo gradualmente se esgota”, afirma. “Se vivêssemos 150 anos, morreríamos todos de diabete, porque já- não restariam no pâncreas células ainda aptas a produzir o hormônio insulina necessário à metabolização do açúcar.” O envelhecimento, nesse conceito, é portanto um processo que caminha a passos microscópicos, na medida em que célula após célula vai deixando de cumprir sua função.

Como muitos de seus pares, Ramos acredita que cada espécie tem uma duração máxima de vida, programada por um calendário biológico que passa dos pais para os filhos. No homem, convencionou-se estabelecer esse teto teórico em 120 anos. O recorde de longevidade — 117 anos bem contados— pertence a um cidadão japonês, falecido na década de 80. Um estudo recente veio reforçar a teoria genética do envelhecimento. Ao estudar o câncer em cobaias, pesquisadores americanos e japoneses localizaram recentemente a moradia do gerontogene—o gene responsável pelo processo de senescência, como dizem os cientistas. Ele residiria no primeiro dos 23 pares de cromossomos existentes no homem. O cromossomo número 1 ou está ausente ou está alterado nas células dos tumores. Estas podem ser consideradas imortais, pois não param de se multiplicar. Os geneticistas concluíram que o cromossomo 1 é o encarregado de frear essa reprodução, como ocorre na velhice, quando as células demoram cada vez mais para se renovar.

Cada órgão, na realidade, tem idade própria para começar a render menos. O primeiro é o cérebro. “Do mesmo modo como nos transformamos de crianças em adolescentes e de adolescentes em adultos, a velhice é mais uma metamorfose”, compara o geriatra Wilson Jacob, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Nenhuma outra etapa da existência humana, contudo, é tão cercada de mal-entendidos e crenças equivocadas. Para evitar confusões ainda maiores, os cientistas distinguem entre senilidade, o envelhecimento fisiológico normal e senescência, a velhice acompanhada de doenças crônicas, como artrite, hipertensão, diabete, má digestão, insuficiência renal, desidratação.

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A princípio programado pelos gerontogenes para se tornar senil, como uma forma de obsolescência planejada, o organismo é empurrado por incontáveis fatores ambientais para o vale de lágrimas da senescência. “Influi até a temperatura do lugar onde vivemos”, exemplifica Jacob. Uma pesquisa com moscas drosófilas mostrou que, mantidas a uma temperatura de 18 graus, elas viviam o dobro do que outras, a 30. Mas o homem não deve se encantar com a idéia de que o frio possa congelar o fluir do tempo. “Para os seres humanos, tudo indica que não são as temperaturas altas que envelhecem, mas as mudanças bruscas de clima”, indica Jacob, apoiando- se em estatísticas de diversas partes do mundo. “O aquece-esfria constante parece aumentar a incidência das doenças típicas da velhice.”

Esses problemas de saúde só mostram a sua face na terceira idade, a partir dos 60 anos. Na última década, surgiu o conceito de que para ser um idoso sadio é preciso ter tido até mesmo uma infância sadia. Médicos japoneses encontraram nos vasos sangüíneos de garotos de 10 anos de idade uma finíssima estria de gordura, possível embrião da aterosclerose — a formação de placas eventualmente fatais nas artérias —, cujos sintomas se manifestam somente quando metade da passagem para o sangue já está obstruída. É como se o organismo esperasse a velhice para acender o estopim de uma bomba armada ao longo de quase toda uma vida. A única exceção é o câncer, que não é uma doença lenta, mas aparece com maior probabilidade no idoso porque seu sistema imunológico é menos eficiente

De fato, no decorrer da vida, não é impossível que uma pessoa tenha tido milhares de cânceres sem jamais ficar sabendo. Isso porque em cada caso o sistema imunológico eliminou a célula doente em menos tempo do que se leva para dizer oncologia. Os tumores, portanto, só aparecem quando existe uma falha nessa segurança, por escassez de guardas em serviço, como acontece no idoso. Daí porque os cientistas concordam em que a senescência é uma forma abrandada de AIDS — vulnerável, o sistema imunológico já não se livra das fontes de infecção. Mas, se alguém quiser assistir a uma discussão interminável basta convidar dois gerontologistas para explicar por que as células ativas diminuem com a idade. Atualmente, a maioria dos cientistas têm fortes suspeitas de que tudo seja conseqüência da ação nefasta dos chamados radicais livres, moléculas pouco maiores do que um átomo, subprodutos do processo respiratório pelo qual o organismo queima oxigênio para obter energia.

Logo que são liberados nas células, reagem com a primeira molécula que encontram pela frente, formando ligações verdadeiramente perigosas, a ponto de poderem provocar mutações nos genes. Quando um radical livre se combina com o colesterol, por exemplo, a molécula dessa gordura, que navegava diluída no sangue, se solidifica, pronta a se depositar nas artérias. Pior é o efeito dos radicais quando se chocam com as células, alterando a permeabilidade de suas membranas. “A célula perde o controle do que entra ou sai dela e acaba morrendo, ou por deixar escapar moléculas vitais ou por inchar de substâncias tóxicas”, descreve o geriatra israelense Efrain Olszewer, há dez anos no Brasil. Olszewer, que dispara palavras feito um adolescente entusiasmado, mas aparenta ser mais velho que seus 35 anos, é um ardoroso partidário da teoria dos radicais livres como explicação para o envelhecimento.

Ele cita um estudo realizado há cinco anos em um laboratório americano. A experiência mostrou que permaneciam mais tempo jovens aquelas cobaias cujos organismos produziam maior quantidade de enzimas capazes de bloquear os tais radicais. Sim, porque o mesmo organismo que produz o veneno pode igualmente oferecer o antídoto: se uma célula libera até mil radicais livres por dia, também fabrica substâncias, chamadas antioxidantes, que reagem com aquelas moléculas antes que saiam fazendo o estrago de praxe. A má notícia é que esses antioxidantes, assim como ocorre com as células em geral, tornam-se escassos à medida que os anos passam. Olszewer compara o processo à história do ovo e da galinha: “É difícil saber se o excesso de radicais livres, na velhice, é causado pela ausência de enzimas bloqueadoras ou se a ausência de enzimas resulta do fato de os radicais livres terem aniquilado dentro das células as estruturas que as produzem”.

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Outra teoria bastante aceita para explicar o envelhecimento é a das chamadas reações cruzadas. Uma proteína é formada por centenas de moléculas, os aminoácidos, dispostas em ordem determinada pelos genes como as contas de um colar. Mas, de vez em quando, os genes erram o comando e o resultado é uma reação cruzada: a receita embaralhada de duas ou mais substâncias faz a célula fabricar uma proteína de que não necessita e que só pode atrapalhar a rotina normal no organismo. O sistema imunológico costuma reparar o erro, enviando células macrófagas que literalmente engolem as companheiras cuja linha de montagem está defeituosa. Mas a situação desanda quando diminuem os efetivos do exército de macrófagas. Os cientistas já perceberam que, ao funcionar como uma espécie de cola entre as moléculas, o açúcar dos alimentos facilita as reações cruzadas. Mas não há prova de que restringir o seu consumo faça alguma diferença.

Para ver a quantas anda a longevidade de um paciente, o geriatra Olszewer utiliza um microscópio comum com um dispositivo que amplia a imagem de uma gota de sangue em vídeo. Só assim é possível enxergar com nitidez a quantidade de pontinhos brancos, os radicais livres. Há receitas para combatê-los, como ingerir vitamina C, cujas moléculas seriam igualmente capazes de bloqueá-los. O campeão da idéia de consumir grandes doses da vitamina é o bioquímico americano Linus Pauling, 89 anos completados em fevereiro último, duas vezes Prêmio Nobel. No entanto, o envelhecimento em si é inevitável e tudo a que a Medicina aspira é torná-lo tão agradável como pode ser qualquer outra fase da vida. A grande maioria dos gerontologistas exclui de seu léxico a palavra rejuvenescimento por designar algo impossível. Mesmo assim, clínicas luxuosas oferecem tratamentos que prometem apagar os sinais da idade como se passassem uma borracha nos vincos da pele.

Nenhuma terapia causa tanta polêmica como a desenvolvida na década de 50 pela geriatra romena Ana Aslan, falecida aos 91 anos em 1988. Ela descobriu por acaso os efeitos alegadamente rejuvenescedores da procaína, um anestésico leve. Segundo a médica, aumentando a capacidade da célula absorver oxigênio, a procaína teria poderes de mexer com os ponteiros da idade. Experiências realizadas mais tarde concluíram porém que a procaína seria apenas um bom antidepressivo, daí o alto astral dos pacientes da doutora Aslan. “Acontece que as experiências foram realizadas com procaína pura e não com o extrato criado por ela, ao qual se acrescentam outras substâncias capazes de potencializar a sua ação”, retruca o geriatra paraibano Eduardo Gomes de Azevedo, 38 anos, que estagiou durante dois anos com a doutora Aslan e hoje cuida de manter a vitalidade de pacientes ilustres, como o rei do futebol Pelé, 50 anos, a jornalista Marília Gabriela, 41, o governador gaúcho Pedro Simon, 60, e a cantora Elba Ramalho, 38.

Com seu jeito agitado, Azevedo adverte que nenhum tratamento para evitar a senescência dará certo se as pessoas não lutarem contra o estresse. O cardiologista carioca Sérgio Vaisman, que há sete anos trabalha com prevenção de doenças crônicas em São Paulo, concorda à sua maneira: “Uma vida agitada em excesso no período da infância à juventude provoca males irrecuperáveis mais tarde”. Uma de suas maiores preocupações é explicar como a ginástica que se faz hoje causa benefícios amanhã: “Está provado que o organismo sedentário acumula mais radicais livres”, justifica. Mas Vaisman tem poucas oportunidades de dar esse tipo de conselho. “As pessoas não entendem que podem prevenir bem cedo a maioria dos males comuns à terceira idade”, lamenta. “Acreditam que o envelhecimento só começa quando pode ser visto no espelho “

Para saber mais:

O retrato do mal antes da hora

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(SUPER número 2, ano 11)


Feitiço do tempo

(SUPER número 4, ano 11)

Explosão da terceira idade

O brasileiro que nascesse no início da Segunda Guerra Mundial teria uma expectativa de vida de 39 anos; hoje, meio século depois, essa expectativa já supera 65 anos, embora sejam grandes as disparidades regionais. Como nesse período a taxa de fecundidade no país caiu cerca de 40 por cento, não cessa de aumentar a proporção de idosos no conjunto da população. O grande salto vai se dar neste decênio: no ano 2000, doze em cada cem brasileiros terão 60 anos ou mais—o dobro da proporção atual. A mudança no desenho da pirâmide demográfica, como se chama a forma pela qual uma população se distribui por grupos de idade, é muito mais nítida no Primeiro Mundo. De cada cem europeus que festejarem o advento do século XXI, 36 estarão na terceira idade. O lado complicado desses números todos é que a cada ano menos gente deve sustentar mais gente — sem esquecer que o idoso gasta três vezes mais do que o jovem, por causa das salgadas despesas com saúde e cuidados em geral. Dos mais de 25,5 milhões de velhos americanos (11 por cento da população), 6 milhões precisam de acompanhamento médico permanente. A discussão sobre quem deve pagar e como a conta da velhice prolongada vai longe e requer aritméticas criativas. No Japão, por exemplo, sexagenários aposentados já recebem convites para voltar à ativa de alguma forma. Os brasileiros que se preparem.

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Idéias caducas

Muito do que se fala sobre o idoso ou do que se receita para rejuvenescer não passa de velhas crendices. Aposente esses mitos:

Pessoas idosas devem comer bastante para manter a saúde

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É certo que a falta de apetite crônica leva à desnutrição. Mas, desde que se suplemente a dieta com vitaminas e sais minerais, os gerontólogos asseguram que o idoso pode viver melhor se cortar até um terço das calorias das refeições. Experiências com cobaias comprovam que quanto mais calorias o organismo recebe, mais tende a produzir os maléficos radicais livres que prejudicam o sistema imunológico — e isso ocorre em pessoas jovens também.

Todo velho é desmemoriado

Os idosos de fato levam mais tempo para fixar informações novas. Isso não significa porém que não consigam gravar, por exemplo, um número de telefone, desde que o repitam algumas vezes, como, por sinal, gente mais jovem também faz. E, no caso de lembranças mais antigas, simplesmente não há problema.

A velhice, na mulher, começa a partir da menopausa

A menopausa marca apenas o envelhecimento do aparelho reprodutor feminino, que por falta de hormônios perde a fertilidade da juventude. Mas o organismo como um todo, tanto nas mulheres como nos homens, começa a envelhecer muito antes, pelo cérebro.

Os homens demoram mais do que mulheres a aparentar a idade

As aparências enganam apenas os olhares desatentos, pois em geral no organismo masculino os músculos começam a ser gradualmente substituídos por gordura a partir dos 35 anos; nas mulheres, isso só costuma acontecer depois da menopausa, que raramente ocorre antes dos 45 anos de idade.

A idade biológica corresponde à idade cronológica

Nem sempre. Duas pessoas nascidas na mesma época podem ser comparadas a carros fabricados no mesmo ano: aquele que foi bem cuidado pelo proprietário terá um desempenho muito melhor do que aquele que sofreu acidentes e não passou por uma boa revisão. Assim, alguém cuja cédula de identidade revele 40 anos pode perfeitamente bem sentir-se como se tivesse 30 — ou vice-versa.

O interesse sexual diminui ou desaparece com a idade

A afirmação não tem fundamento biológico, mesmo no caso dos homens que com o passar dos anos perdem parcialmente a ereção. A diminuição ou a ausência do desejo sexual tem a ver, isso sim, com dificuldades psicológicas muitas vezes resultantes de convenções sociais.

Tudo começa na cabeça

Cada órgão tem um tempo certo para envelhecer

Por volta dos 25 anos a pele começa a perder água. A partir dos 30 desaparecem gradativamente as fibras de colágeno, que prendem as suas células. Em conseqüência, o tecido perde elasticidade, enrugando-se. A partir dos 40 anos, começa a afinar, esticando: grande demais para o corpo cede à gravidade e pende, depois dos 50.

As células cerebrais, os neurônios, começam a morrer perto dos 30 anos e o processo não pára. Resultado: aos 80 anos o cérebro pesa quase 10 por cento menos. A irrigação sangüínea diminui e os neurônios trocam mensagens mais devagar. Como as informações requerem mais tempo para serem fixadas, maior a dificuldade de recordar fatos recentes.

Até os 50 anos, cada milímetro da língua possui 245 receptores nervosos do paladar. Depois eles vão desaparecendo, até que aos 70 anos não restam mais de 80 receptores por milímetro.

A partir dos 40 anos, enfraquecida pela perda de moléculas de cálcio que ocorre no esqueleto inteiro, as vértebras se aproximam cedendo à gravidade: aos 50 anos a estatura diminui em média 0,5 centímetro e aos 70 o idoso já esta cerca de 2 centímetros mais baixo. A perda de cálcio é mais acentuada nas mulheres após os 50 anos por causa da deficiência hormonal.

Por causa da perda de células a partir dos 30 anos, os rins se atrofiam e aos 50 anos já perderam 30 por cento do peso. Por isso, o sangue demora mais a ser filtrado, a produção de urina diminui e ela pode se tornar menos densa — daí o risco maior de intoxicações em idosos.

Depois dos 35 anos, a atividade do organismo torna-se cada vez mais lenta, por alterações nas glândulas, o que afeta a produção de hormônios.

Aos 30 anos, numa pessoa com 80 quilos, cerca de 30 correspondem aos músculos. Nas quatro décadas seguintes a musculatura perde aproximadamente 5 quilos, por causa da morte de fibras. Aos 65, a força muscular está limitada a 75 por cento.

As lentes endurecem ao longo da vida, mas a dificuldade de focalizar objetos só costuma aparecer a partir dos 45 anos- amareladas pelo tempo, as lentes impedem que, a partir dos 60, se distingam tons entre o azul a o verde.

Entre 35 e 40 anos, a elasticidade diminui, o que torna mais difícil expirar e, portanto, eliminar todo o gás carbônico. Aos 80 anos assim, a capacidade respiratória cai pela metade.

Entre 30 e 35 anos, as fibras e válvulas do coração enrijecem, dificultando os batimentos que, em conseqüência, diminuem. Em situação de esforço físico, o coração jovem bate cerca de 200 vezes por minuto. aos 40 anos, 182 vezes aos 50, 171: aos 60, 59. Por causa da obstrução gradativa das artérias, a chance de infarto dos 50 anos em diante é duzentas vezes maior.

Entre 45 e 50 anos, as mucosas que revestem o estômago e os intestinos se ressecam, o que diminui a produção de sucos digestivos e a absorção de sais minerais: a digestão, a partir dai, torna-se mais lenta.

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