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Como é feita uma palavra cruzada?

Existem programas que organizam os cruzamentos, mas muitas versões são criadas por humanos - os chamados cruziverbalistas. Saiba como é o trabalho deles

Por Felipe Sali
Atualizado em 22 fev 2024, 10h04 - Publicado em 23 jun 2018, 16h00

1) Primeiro, o editor seleciona a  temática  das palavras-cruzadas. Algumas grades seguem uma linha específica, como futebol ou youtubers famosos. A maioria dos desafios, porém, usa temas mistos – e eles precisam ser bem variados e equilibrados para não deixar as revistas repetitivas. Esses temas podem ser ciência, famosos, política, geografia etc.

2) Na hora de escolher as palavras que irão compor a grade, o trabalho se divide. Jogos mais complexos ficam a cargo de humanos, os cruziverbalistas (ou “construtores”, no jargão do ramo). Os mais fáceis são bolados por  programas de computador,  como Crossword Compilar e Simpathy, que fazem os cruzamentos por conta própria. No Brasil, a editora Coquetel possui o próprio software.

3) Os  cruziverbalistas  são colaboradores não fixos das revistas. Eles podem ter as mais diversas formações, de engenheiros a professores. Quanto mais variado o time de colaboradores, mais visões de mundo e perspectivas diferentes a revista terá. O modo como eles criam o passatempo depende do estilo pessoal: há quem use planilhas de Excel e outros que fazem tudo no lápis! 

4) Mesmo os cruziverbalistas contam com uma ajudinha da tecnologia. Eles passam a carreira inteira alimentando um  banco de palavras  que serve como base na hora de montar um desafio. Leu o jornal e encontrou uma expressão interessante? Joga no banco de dados. Ouviu o nome de uma celebridade nova? Joga no banco de dados. Ele é o tesouro profissional de um cruziverbalista.

5) Para montar a grade, são selecionadas primeiro cinco ou seis palavras, sempre começando pelas  maiores.  Também recebem preferência os termos com letras “A” e “R”, porque elas são frequentes no português e permitem mais cruzamentos. Pelo motivo inverso, evita-se “H” e “X”. Nos EUA, o macete é semelhante. Tanto que, lá, 7% das cruzadas usam a palavra “era” (período de tempo). Não são permitidos sinônimos ou antônimos na mesma página.

6) Só então é que são elaboradas as perguntas (chamadas de “definições”). O espaço para escrevê-las é  minúsculo,  então a missão é criar um desafio intrigante e claro com o menor número de caracteres possível. Por exemplo: se a resposta for “morcego”, a definição pode ser “único mamífero voador”. Com três palavras e sem conectivos, o texto já passa duas informações sobre o animal. Geralmente, leva-se um dia para criar o jogo.

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7) A palavra cruzada vai para o  avaliador,  que faz o trabalho de um editor. Ele encontra erros, melhora as definições e faz sugestões. Normalmente, uma grade volta para o cruziverbalista pelo menos uma vez antes de ser publicada. Com a ajuda da tecnologia, erros são cada vez mais raros, mas é comum o avaliador encontrar uma maneira melhor de formular a pergunta.

 8) Os cruziverbalistas também têm seus pop stars, como Will Shortz, que trabalha até hoje no jornal The New York Times.  Ele foi o responsável por adotar palavras mais coloquiais e dar uma cara mais popular ao jogo. Em 2016, Will se envolveu em uma polêmica com outro conhecido do ramo: Timothy Parker, do USA Today, foi acusado de ter plagiado mais de 60 das suas palavras-cruzadas.

CADA CULTURA, UM ESTILO

Os cinco tipos mais comuns de cruzadas

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Sueco É o que predomina no Brasil, com pistas diretas que ficam dentro da grade

Americano As pistas ficam do lado de fora da grade e costuma ter um tema oculto que relaciona as três ou quatro respostas principais

Francês Conta com muitas piadas e trocadilhos. Só consegue completar o jogo quem tem senso de humor

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Inglês É mais complexo. Muitas vezes, a dica é uma charada e você precisa inverter o sentido das palavras para achar a resposta

Quadros em branco É um subtipo presente em todos os tipos de palavras-cruzadas. Nele, você precisa descobrir quais quadrinhos não devem ser preenchidos. É o mais usado em campeonatos oficiais de cruzadistas

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CONSULTORIA Paulo Freixinho e Maristela Ramos, cruziverbalistas, e Eliana Rinaldi, editora das revistas Coquetel

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