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Sobre o que é “O Brutalista”, um dos favoritos ao Oscar deste ano

O épico histórico foi feito com um orçamento minúsculo para padrões hollywoodianos e saiu com três estatuetas do Globo de Ouro.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 18 fev 2025, 14h36 - Publicado em 7 jan 2025, 19h00

Na noite do Globo de Ouro, no último domingo (5), não foram só Fernanda Torres e os brasileiros que saíram comemorando. Um filme independente e ambicioso de 3 horas e 35 minutos, que demorou sete anos para ser feito e foi filmado com um processo fotográfico que não era usado desde 1961 – ou seja, um completo azarão – saiu do prêmio como um dos favoritos para o Oscar, que acontece no dia 2 de março.

O Brutalista é a nova produção de Brady Corbet, que começou como ator antes de dirigir seu primeiro filme, em 2015. No Globo de Ouro, Corbet ganhou o prêmio de Melhor Diretor, e seu épico histórico ganhou como Melhor Filme de Drama.

Quando o filme estreou no Festival de Veneza, em setembro de 2024, ele ainda estava sem uma empresa distribuidora para levá-lo às salas de cinema. Quem comprou os direitos da obra nos Estados Unidos foi a A24, produtora descolada responsável por alguns dos principais filmes das últimas temporadas de premiação, como Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo Moonlight, ambos vencedores do Oscar de Melhor Filme.

As indicações ao Oscar só serão reveladas no dia 17 de janeiro. O Brutalista é uma das apostas mais confiáveis para estar entre os principais indicados do prêmio mais importante do cinema.

Vamos entender a trajetória desse hit improvável – sem spoilers, claro.

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Pechincha cinematográfica

O filme conta a história de László Tóth (interpretado por Adrien Brody, que levou para casa o prêmio de Melhor Ator Dramático no Globo de Ouro), um arquiteto judeu da Hungria que, depois de sobreviver ao Holocausto, imigra para os Estados Unidos para poder começar do zero. Dá uma olhada no trailer (fantástico, diga-se):

Tóth foi trabalhar na indústria do carvão, sem poder exercer sua vocação, até que um cliente rico que gosta de arquitetura brutalista (interpretado por Guy Pearce, de Amnésia) o redescobre, com a encomenda de um projeto para o prédio de um instituto público.

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O brutalismo, vale dizer, é um ramo da arquitetura moderna que alcançou seu auge entre os anos 1950 e 1970. Sua principal característica é o uso aparente de concreto bruto. No Brasil, pense em obras de Oscar Niemeyer, como o Copan e os edifícios públicos de Brasília, ou no MASP, da arquiteta Lina Bo Bardi.

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Voltar para sua verdadeira vocação também é, para Tóth, um meio de se reencontrar com sua paixão, Erzsébet (Felicity Jones, de Rogue One), a esposa da qual ele foi separado pela guerra, que também sobreviveu aos campos e foi para os Estados Unidos.

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A história é ficcional, se estendendo durante três décadas, e as obras arquitetônicas de Tóth foram pensadas pela designer de produção Judy Becker. O orçamento, de cerca de US$ 9,6 milhões (R$ 58,5 milhões) não é muita coisa para um filme de proporções épicas de mais de três horas de duração – um blockbuster de Hollywood normalmente custa, chutando baixo, dez vezes isso. Corbet levou sete anos para conseguir financiar e realizar o projeto.

O filme foi filmado em VistaVision, um processo fotográfico que foi criado nos anos 1950 e praticamente aposentado nos anos 1960. Nas últimas décadas, a técnica só foi usada em algumas cenas para criar efeitos especiais, nunca mais num filme inteiro. As câmeras usavam filme analógico de 35 mm disposto de forma horizontal, diferente do padrão vertical, o que possibilita que a tela ampla fique maior e com resolução melhor.

O filme é dividido em dois atos, com um intervalo de 15 minutos entre as duas partes para ir ao banheiro, reabastecer a pipoca e tomar um ar. O Brutalista foi louvado pelos críticos desde sua primeira sessão, em setembro do ano passado, e a tecnologia VistaVision que ele ressuscitou já está sendo usada pelo consagrado Paul Thomas Anderson para filmar seu próximo filme, estrelado por Leonardo DiCaprio.

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Alguns poucos sortudos puderam assistir ao filme em outubro, em sessões da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Tudo indica que um épico como esse merece ser visto na maior tela possível, então para o restante de nós, esperar vai ser o jeito: a data de estreia de O Brutalista nos cinemas brasileiros é 20 de fevereiro.

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