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Se há oxigênio e hidrogênio no ar, por que não fazemos água?

Na teoria, a ideia é boa. Na prática, porém, o jeito mais fácil de obter hidrogênio é justamente quebrar água.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 abr 2024, 19h00

Porque há pouquíssimo hidrogênio no ar – ele compõe 0,00005% da atmosfera da Terra, contra os 21% do oxigênio. Esse gás é tão raro, de fato, que a maneira mais comum de obtê-lo em escala industrial é quebrar moléculas de água, ou seja: fazer o contrário do processo sugerido na pergunta.

No papel, porém, a  ideia faz todo sentido. Motores a hidrogênio, por exemplo, funcionam queimando H2 com O2 – uma reação explosiva que gera H2O, o único resíduo que sai do escapamento.

É irônico que seja tão difícil conseguir hidrogênio na Terra, já que ele é o elemento mais comum do Universo (cerca de 75% do total) e é a principal matéria das estrelas. Uns com tanto, outros com tão pouco. 

O motivo dessa gás ser tão raro por estas bandas é seu peso irrisório. Por dia, 96,6 mil toneladas de ar vão embora da Terra (temos 5 trilhões, não se preocupe). Os gases que escapam, em geral, são os mais leves: hidrogênio e hélio.

O famoso dirigível alemão Hindenburg, que se desfez em uma bola de fogo em 1937, era preenchido com hidrogênio, o que significa que a explosão gerou vapor de água, simplesmente.

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Outro fato curioso é que muitos foguetes são movidos parcialmente a hidrogênio, o que significa que a imensa bola de fogo e o fumacê  formado nos lançamentos têm um bocado de água (infelizmente, não só água: outros tipos de combustível também são necessários, e, em geral, estamos falando de querosene ou compostos muito piores para o meio-ambiente, que geram chuva ácida e corroem a camada de ozônio). 

Fonte: Mabel Karina Arantes, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Pergunta de @veiguinhaboy, via Instagram.

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