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Por que sonhos ruins se repetem com mais frequência?

Lembrar de sonhos bons é quase impossível. Já pesadelos são memoráveis e costumam reaparecer. Cientistas acreditam que isso é um reflexo da vida acordada.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 21 jan 2025, 14h03 - Publicado em 21 jan 2025, 14h00

Ninguém gosta de pesadelos. Aquela sensação angustiante de deitar a cabeça no travesseiro e sentir que está caindo, que um acidente está prestes a acontecer ou que um ente querido está em perigo. Mesmo assim, esses cenários se repetem constantemente (bem mais do que nossos sonhos divertidos e abstratos) e são os mais lembrados depois que acordamos. Por quê?

Falar de sonhos ainda é um grande mistério da ciência. É difícil conseguir explicar algo tão subjetivo e exclusivo para cada um, mais ainda tentar controlá-los em contextos experimentais. Algumas coisas, porém, nós já sabemos. Por exemplo: depois de eventos tensos globais (como a Covid ou a queda das Torres Gêmeas), o trauma ajudou cientistas a estudarem os sonhos, já que se criou um padrão no imaginário coletivo.

75% dos adultos relatam ter tido a experiência de sonhos repetidos. Quando falamos disso, não quer dizer que os devaneios precisam sempre seguir uma mesma linha de acontecimentos. Basta que os temas, personagens, localização e enfoque estejam presentes, mesmo  que o “cenário” mude.

Em dois terços das vezes, os sonhos que se repetem são relatados por adultos como negativos – que, muitas vezes, descrevem ataques, perseguições, caídas e atrasos. Sonhos positivos recorrentes, por outro lado, incluem temas como voar ou descobrir um novo quarto em casa.

A teoria dos pesquisadores é que o domínio dos sonhos negativos pode ser um tipo de espelho dos problemas das nossas vidas reais. 

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O chamado “viés de negatividade” é uma tendência comum entre os seres humanos: focamos mais em pensamentos, emoções ou interações negativas do que nas positivas, algo que remonta à nossa necessidade subconsciente de lidar com situações que ameaçam nossa sobrevivência. Esse viés pode se intensificar durante o sono, pois a parte do cérebro associada às emoções é mais ativada nesse momento, enfraquecendo o filtro entre nossos pensamentos e sentimentos.

Durante a pandemia, os relatos de sonhos vívidos aumentaram significativamente – cortesia da alteração na rotina, do estresse generalizado e da ameaça à nossa sobrevivência. Os mais recorrentes, claro, eram os sonhos negativos. Com base em mais de 15.000 relatos, Deirdre Leigh Barrett, pesquisadora de sonhos e autora do livro Pandemic Dreams, constatou em um estudo que temas de medo, doença e morte se tornaram de duas a quatro vezes mais frequentes, com cenários comuns incluindo a morte de entes queridos, enxames de insetos e desastres como tsunamis.

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Quando a quarentena começou, Barrett observou que os sonhos eram mais literais e causavam mais medo e ansiedade. Com o tempo, passaram a envolver situações menos aterradoras, mas ainda desconfortáveis, como a vergonha social (ser a única pessoa sem máscara em público, por exemplo). Barrett explica que esses sonhos estão ligados à “hipótese da continuidade”, ou seja, se as emoções não são processadas durante o dia, o subconsciente tenta processá-las à noite.

À medida que a noite avança, a produção de cortisol, o hormônio do estresse, aumenta. Acredita-se que a quantidade de cortisol no corpo possa influenciar tanto a consolidação das memórias quanto o tipo de sonhos que temos. Assim, os sonhos mais próximos do amanhecer tendem a ser mais fragmentados ou absurdos. Enquanto dormimos, reorganizamos pensamentos e sentimentos, em processo de “limpeza mental” que pode despertar uma consciência parcial.

Nesse estado, as ideias e emoções se misturam de formas inesperadas, gerando sonhos estranhos e surrealistas. Além disso, experiências do dia, especialmente após eventos tensos, podem alimentar pesadelos ou sonhos repletos de ansiedade.

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Mas existe uma cura. Pesquisadores acreditam que uma boa “higiene do sono”, com horários regulares, evitando telas e substâncias como cafeína e álcool antes de dormir, é essencial para evitar a tradução das ansiedades lúcidas para os sonhos.

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