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A ‘geleira do fim do mundo’ está derretendo mais rápido do que imaginávamos

Novo estudo traz mais evidências de que a geleira está derretendo de baixo para cima. Entenda.

Por Caio César Pereira
1 jun 2024, 16h00
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  • Geleira na Antártica.
     (NASA/Reprodução)

    Thwaites é uma das maiores geleiras do mundo. Ela está derretendo em níveis alarmantes, e possui uma alcunha que é praticamente um aviso: geleira do fim do mundo. Se derreter por completo, o nível do mar pode subir em até 70 cm, fazendo com diversas cidades costeiras ao redor do mundo fiquem debaixo d´água. Em um estudo recente, pesquisadores descobriram que ela está derretendo mais rápido do que se imaginava.

    A nova pesquisa, realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, e da Universidade de Waterloo, no Canadá, utilizou imagens de satélite da empresa finlandesa ICEYE, e descobriu que a geleira está sendo atingida por correntes de água mais quentes, o que está acelerando o seu derretimento. Essa é apenas uma das consequências do aquecimento dos oceanos causado pelas mudanças climáticas.

    Publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo mostrou que a água aquecida está atingindo uma parte mais funda da geleira, a até 6 km de profundidade. O movimento das marés elevam e abaixam o gelo, criando bolsões de alta pressão, fazendo com que a água se infiltre na região inferior da geleira. 

    Esse fenômeno já foi observado na Groenlândia, na geleira de Petermann.  A diferença é que, além de ser bem maior, a geleira de Thwaites tem pelo menos oito vezes mais gelo em contato com o oceano.

    Para Christine Dow, professora associada de glaciologia na Universidade de Waterloo e uma das autoras do estudo, embora não se saiba exatamente o quão rápido a geleira está derretendo, é possível que ela possa desaparecer dentro de algumas décadas.

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    “Esperávamos que levasse cem, 500 anos para perder aquele gelo. Precisamos realmente entender o quão rápido o gelo está mudando”, conta em entrevista a Popular Science.

    Estudar essa fronteira de interação entre a água do mar e a geleira pode auxiliar nos cálculos da previsão da perda de gelo. Pensa só: essa parte da geleira está grudada ao solo, “sustentando” o gelo que está em cima. Se a interface diminui, a geleira fica mais suscetível a se quebrar em icebergs, que por sua vez entram em contato com a água mais quente e derretem. Entenda melhor essa dinâmica neste texto.

    Prever a perda de gelo em geleiras não é exatamente uma coisa fácil. Existem diversos fatores envolvidos, como a quantidade de emissão de gases de efeito estufa, dinâmica das correntes marítimas, e níveis de aquecimento global. 

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    Localizada na região da Antártica Ocidental, a geleira Thwaites é um colosso de gelo flutuante de 192 mil km², tamanho equivalente ao do estado do Paraná ou da Flórida. 

    Ela perde 50 bilhões de toneladas de gelo anualmente, e é responsável por 4% do aumento do nível do mar do planeta. “Não parece muito, mas se você pensar em quanta água do oceano temos no mundo, isso é um volume enorme,” conclui Dow.

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