Robô imita Trump e o resultado é igualzinho ao candidato

“O livre comércio pode ser maravilhoso se você tiver o poder de armas nucleares”, disse Donald Trump. Bom, não exatamente Donald Trump: a frase foi escrita por uma inteligência artificial que simula o candidato. A tecnologia, DeepDrumpf, foi criada a partir de discursos, entrevistas e tweets reais do republicano. Em uma conta no Twitter e em um falso site de campanha, o “robô Trump” tem soltado o verbo daquele jeito exaltado que só o Trump real tem.

Brad Hayes, pesquisador do MIT, teve a ideia de fabricar um Donald artificial depois de acompanhar todo o processo que levou o republicano às finais das eleições nos EUA. Durante a cobertura dos debates, Hayes percebeu que o candidato lembrava um chatbot (um robô de conversa, como a Siri, do iPhone): suas frases pareciam estar desconexas, ditas sem pensar na opinião dos outros e pronunciadas quase fora de contexto. Intrigado, Hayes imaginou que seria difícil distinguir entre um robô e o Trump real, e daí surgiu DeepDrumpf, a inteligência artificial baseada no republicano.

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Para treinar a DeepDrumpf, o pesquisador alimentou a memória da máquina com milhares de tweets, afirmações, trechos de discursos e respostas de entrevistas de Trump. Todo o conteúdo armazenado era sobre temas polêmicos, como xenofobia, armas nucleares, assédio sexual e racismo. Basicamente, o que a inteligência artificial faz é adivinhar, caractere por caractere, as combinações de palavras mais propensas a serem ditas em um tweet do Trump real. Depois, DeepDrumpf posta o resultado no Twitter (às vezes, o robô até escolhe links de matérias que dão “embasamento” às frases para postar junto).

O assustador é que dá para fazer confusão entre o republicano real e o artificial: em um dos tweets, o robô promete dar uma arma nuclear de ouro para cada americano que votar nele; em outro, ele diz ser “o problema que o Estado islâmico não precisa”. Sobre si mesmo, a inteligência artificial afirma: “Eu sou o grande juiz deste país. Nós temos que controlar todo mundo e deixar que eles briguem uns contra os outros” (vai, fala sério: você leu essa última frase com a voz do Trump).

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Para completar o perfil no Twitter, Hayes criou também um falso site de campanha presidencial do candidato, no qual as pessoas podem ficar por dentro das “opiniões” do robô Trump e também doar para a “campanha” – só que a grana não vai para o bolso do republicano (ainda bem), mas para a organização Girls Who Code, que oferece cursos de programação gratuitos para meninas. “É uma boa escolha de instituição [para a doação do dinheiro], dada a natureza machista do candidato”, disse Hayes à Wired.

Até agora, a página já conquistou 27 mil seguidores – e pelos comentários e respostas que aparecem no Twitter, dá para ver que alguns deles realmente parecem acreditar que o robô é Trump de verdade.

E você, consegue reconhecer quem foi o autor do tweet?