O Próximo iPad – Tablet sem limites
O iPad foi lançado cheio de falhas - o que dá espaço a muita novidade, seja para sua 2ª geração, seja para seus concorrentes
Emerson Kimura
Muitas tentativas de lançar um tablet vieram ao mercado antes do iPad. A IBM, por exemplo, tentou emplacar o ThinkPad 700T na década de 1990. Foi um tremendo fracasso. Mas, com custos de produção menores, vários aplicativos, design bacana e uma interface boa já testada no iPhone e no iPod Touch, o iPad ganhou apelo comercial. Falta agora aperfeiçoá-lo – e muito.
Diferentemente de tablets anteriores, o iPad não é um laptop sem teclado, mas, sim, um iPod Touch gigante, feito para ocupar o espaço entre o iPhone e o laptop iBook. Ele tem o sistema operacional de um celular e tela de quase 10 polegadas, tamanho- padrão de netbooks, e serve basicamente para o consumo de conteúdo: acessar sites, ver vídeos, ler livros e revistas, jogar games… Isso é razoável, pois um tablet não compete com o laptop na hora de produzir conteúdo, seja em capacidade de processamento, seja em interface.
Mas isso não justifica que o iPad tenha tantos falhas: não tem câmera nem telefone, não é multitarefa, não reproduz conteúdo em Adobe Flash, não tem portas USB nem leitor de cartão de memória e tem processador fraco e tela de lcd – mais cansativa que a do Kindle, caso os tablets pretendam substituir o papel.
Isso dará um grande espaço a outros fabricantes que já investem em candidatos a “iPad killers”. Se isso vai dar certo é outra história. Até hoje está para ser lançado um “iPhone killer”; afinal, enquanto a Apple pode até ficar tecnicamente atrás de alguns concorrentes, ela ganha no conjunto da obra – e no marketing.
iPad 2.0…
Rumores sobre a próxima geração do tablet da Apple preveem:
Multitarefa – a versão 4 do iOS permite multitarefa no iPhone e no iPod Touch; o iPad deve receber a atualização em meses.
Processador ARM Cortex-A9, com núcleos múltiplos, no lugar do atual ARM Cortex-A8.
512 MB de memória ram (hoje ela é de 256 MB).
Suporte para você poder imprimir documentos.
Tela de 7 polegadas, além da atual de 9,7 polegadas.
Câmera – é frustrante não dar para fazer videochat.
OLED – improvável por enquanto, embora desejável.
…E o resto
Tablets concorrentes poderão até ser melhores, mas vão demorar para convencer. Eles terão:
Telas de diversos tamanhos e melhor resolução.
Modelos com teclado físico e uso de caneta (stylus).
Câmera.
Mais conexões, mais armazenamento e maior poder de processamento.
Sistemas operacionais Android e Chrome OS, do Google.
Modelos com Windows 7 para quem precisar de maior desempenho e produtividade. Mas também serão mais caros.
E, claro, invasão de iPad-pirata de baixa qualidade.
O que eles vão transformar na sua vida?
VAI VICIAR DE VEZ
Com um dispositivo mais possante que um smartphone e mais portátil que um laptop, as pessoas consumirão muito mais conteúdo eletrônico: sites, e-mail, mensagens instantâneas (imagine usar o MSN com webcam enquanto espera o ônibus!), mídias sociais, fotos, vídeos, música, games. Algumas revistas como a Wired e a Time já têm versão para iPad, mas outras ainda esperam por um momento melhor.
INTERNET EM TODO CANTO
O tablets poderão se tornar um importante componente na “internet das coisas”, como um aparelho à mão conectado a vários objetos ao seu redor dotados de etiquetas RFID.
PREPAREM-SE, LAPTOPS
Embora esteja mais próximo do smartphone que do laptop, a fatia de mercado que o tablet roubará é a do segundo. Afinal, ninguém vai deixar de sair para a rua com seu celular, mas a maioria das pessoas pode dispensar o laptop convencional para as tarefas do dia a dia. Enquanto o laptop é uma escolha melhor para trabalhar ou produzir conteúdo, para outros usos o tablet é mais adequado: é mais portátil, sua bateria dura tremendamente mais, e já existe um monte de aplicativos para interface de toque, muito mais legal que um teclado.