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Como o decote de Jennifer Lopez inventou o Google Imagens

Uma foto da atriz no Grammy de 2000 com um vestido Versace derrubou o Google – e fez o CEO Eric Schmidt idealizar o sistema de busca de imagens.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 set 2020, 17h21 - Publicado em 30 ago 2019, 12h32

A história a seguir é boa demais para ser verdade. Ao contrário da maioria das histórias desse tipo, porém, ela de fato é verdadeira

O maior decote já criado desde que existem vestidos talvez seja o de uma peça da Versace usada pela atriz Jennifer Lopez na 42ª edição do Grammy, no ano 2000. Dá uma olhada: 

Em 24 de fevereiro daquele ano, o mundo estava ensandecido para ver o tal vestido de novo (com a Jennifer Lopez dentro, é claro). Aquele foi o maior número de buscas que o Google havia registrado até então e, por tabela, o maior número de decepções, pois ninguém encontrou o que buscava. 

Tudo porque o Google não tinha a opção de oferecer imagens como resultados de busca – só links. A solução para os curiosos era clicar em todos os resultados que apareciam, um por um, até encontrar um que contivesse a tal foto do look fatal. A maioria não tinha.

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O CEO que entrou logo depois, Eric Schmidt, viu uma oportunidade na crise (papo de coach, peço desculpas). Em 2015, ele escreveu em um artigo para o site Project Syndicate: “Na época, foi o termo de busca mais popular que nós já havíamos visto. Mas nós não tínhamos um tiro certo que pudesse dar aos usuários exatamente o que eles queriam: JLo usando aquele vestido. Assim nasceu o Google Imagens.”

Foi só a partir daí que o Google procurou um jeito de extrair todas as fotos ligadas a uma palavra-chave e juntá-las em uma segunda “aba” das páginas de busca. E o mundo nunca mais foi o mesmo.

A história passou um bom tempo perdida na internet até que a própria Jennifer Lopes postou no YouTube um vídeo contando sua versão do causo. Ela estava voltando de uma gravação com cavalos em um set distante e poeirento, chegou em cima da hora para o Grammy e a única opção de vestido chiquérrimo disponível era essa, com estampa de folhagem. 

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Ela até usou fita dupla face para fixar o decote nos seios e não acabar mostrando demais sem querer. Quando subiu no palco com o ator David Duchovny, ele não resistiu e fez uma gracinha: “essa é a primeira vez em cinco ou seis anos que eu tenho certeza de que ninguém está olhando para mim.” 

No dia seguinte, JLo foi capa do L.A. Times sem ter ganhado nenhum prêmio e o guitarrista mexicano Carlos Santana, que faturou oito Grammys naquela noite pelas canções do álbum Supernatural, ficou só com uma notinha de rodapé. 

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Só de brincadeira, o Google fez um cartãozinho de visitas para a atriz: Jennifer Lopez, Chief Inspiration Officer, CIO (algo como diretora de inspiração, em vez de CEO, que é diretor executivo).

Assim, o Google Imagens entra para a lista de coisas inventadas por motivos realmente nonsense. É o caso dos sucrilhos, ideia de John Harvey Kellogg, um puritano radical que queria abolir a masturbação e acabou revolucionando o café da manhã (conheça a história nesta reportagem da SUPER).

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Também é o caso da Coca-Cola, criação de um farmacêutico veterano da Guerra Civil Americana viciado em morfina. Ele bolou o drink com uma pequena dose de anestésicos opioides para servir como uma espécie de cigarro eletrônico ou chiclete de nicotina, que o ajudasse a largar a droga. Se deu certo para a saúde dele, ninguém sabe. Mas o bolso agradeceu.

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