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Cientistas desenvolvem algoritmo capaz de encontrar padrões ocultos em sonhos

A ferramenta, que analisou mais de 24 mil relatos de sonho, pode servir de auxílio a terapeutas na hora de traçar problemas como ansiedade e estresse.

Por Carolina Fioratti
27 ago 2020, 19h11

Não é de hoje que as pessoas tentam desvendar os mistérios dos sonhos. O psiquiatra Sigmund Freud, por exemplo,ligava-os aos desejos reprimidos pela consciência. Já Carl Jung acreditava que eles eram apenas um produto psíquico, uma forma de comunicação do inconsciente com o “eu”. Hoje, muitos psicólogos sustentam a “hipótese da continuidade”, em que os sonhos seriam um reflexo das atividades cotidianas, capazes de ajudar as pessoas a processarem suas experiências durante o sono. 

Hoje, há mais de 150 escalas de classificação e análise dos sonhos usadas por psicólogos, sendo a de Hall e Van de Castle uma das mais aplicadas. Ela funciona assim: primeiro, deve-se elencar os personagens, como um homem triste e um gato carinhoso; então, vê-se o enredo: como os personagens interagem entre si? O homem acaricia o animal? Por fim, é analisado o processo e o que ele ocasiona. Por exemplo: o homem ficou feliz e calmo ou seguiu chateado?

O problema é que os psicólogos decodificam os sonhos manualmente, o que pode dificultar na hora de encontrar os padrões. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Roma Tre (Itália) e da filial inglesa da Nokia Bell Labs desenvolveram um algoritmo capaz de traçar esses padrões automaticamente. O estudo foi publicado na Royal Society Open Science.

O algoritmo analisou mais de 24 mil relatórios de sonhos coletados do DreamBank.net, um banco de dados público montado a partir de estudos sobre o tema. A ferramenta transforma os textos em pequenos segmentos, transformando parágrafos em frases e frases em palavras. Ela, então, divide as palavras em categorias, como nomes de pessoas e animais, vinculando-as a emoções positivas ou negativas. Além disso, ele define se as palavras são amigáveis, agressivas ou sexuais. 

Por fim, o algoritmo usa um sistema já aplicado por psicólogos de calcular pontuações para os sonhos e a proporção de pontos positivos e negativos. Os cientistas compararam os resultados do algoritmo com outros obtidos pelos terapeutas e observaram que as pontuações batiam em 76% dos casos. Os  pesquisadores explicam que o sistema pode ajudar os profissionais a identificarem sonhos fora do comum, que podem estar relacionados a possíveis problemas de saúde mental.

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O algoritmo também analisa como os sonhos se diferenciam de acordo com sexo, idade e condição psiquiátrica. Uma adolescente pode, por exemplo, ter emoções mais negativas ligadas à ansiedade social, enquanto um veterano de guerra com estresse pós-traumático apresenta maior agressividade. Você pode ver alguns padrões observados pelos pesquisadores clicando neste link

O algoritmo não deve substituir o terapeuta, apenas servir como ferramenta para ajudar no diagnóstico. Os pesquisadores alertam que o sistema pode se confundir com alguns relatos, já que algumas pessoas descrevem seus sonhos de modo mais detalhado e com mais emoção do que outras.

A expectativa dos cientistas é que o sistema, um dia, possa ser adaptado para um aplicativo de celular. Dessa fora, seria possível ter uma base de dados mais ampla – e as pessoas poderiam entender sua própria psique de forma simplificada.

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