Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Adeus, turbinas: este avião do MIT funciona por propulsão iônica

Sem precisar de combustível, hélices ou turbinas, modelo pode servir como alternativa menos poluente – e ruidosa – para substituir aeronaves no futuro

Por Guilherme Eler
Atualizado em 12 mar 2024, 10h37 - Publicado em 22 nov 2018, 18h07

Poluição e muito barulho são dois problemas que costumam vir no bagageiro de qualquer avião que se preze. Se o consumo de combustível aeronáutico, ainda mais nocivo ao ambiente, pode representar sozinho até 25% das emissões mundiais em 2050, a poluição sonora também não fica atrás: o ruído de uma turbina de avião, por exemplo, pode chegar a desagradáveis 130 decibéis (dB). Pode não parecer mas, mesmo lá do alto, tal ruído é suficiente para causar problemas – tanto para animais e plantas quanto para humanos.

Pensando em uma maneira de aposentar a barulheira de turbinas e hélices e diminuir a pegada de carbono da aviação no futuro, um grupo de pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts), nos Estados Unidos, testou o uso de propulsão iônica em planadores – versões simplificadas de aeronaves. Apesar de a técnica ser conhecida desde a década de 1920, é a primeira vez que foi utilizada para uma aplicação em aviação.

Seu funcionamento consiste em fazer moléculas energizadas, ou íons, circularem em uma mesma direção, empurrando o planador na direção oposta. Ou seja: é o ar que se move e carrega o avião pela força dos íons. Assim, não é preciso que nenhum pedaço do veículo fique se movendo loucamente para acelerar o ar. As peças do avião permanecem estáticas (e sem fazer qualquer zumbido chato) durante o processo. Todo o sistema é alimentado por energia elétrica – uma bateria potente de 40 mil volts, que fica acoplada no planador.

O “vento iônico” que move o avião nasce a partir do campo elétrico criado por um eletrodo carregado negativamente, chamado de emissor. Esse emissor provoca átomos do ar e cria íons positivos. Como você deve lembrar das aulas de física, cargas diferentes se atraem. O ar, agora carregado positivamente, é puxado pelo eletrodo. É esse movimento de empurra e puxa entre as moléculas a partir dos dois eletrodos que cria o vento iônico, e faz o avião voar para frente. Você pode vê-lo em ação no GIF abaixo.

Avião do MIT
(Steven Barrett, MIT/Reprodução)

Desde que foram inventados, há mais de 100 anos, aviões sempre se moveram pelo ar com a ajuda do giro de hélices ou a força de turbinas. Assistindo a filmes de ficção científica como Star Wars, Star Trek e De volta para o futuro, imaginei que os sistemas de propulsão do futuro poderiam ser silenciosos e estáveis – mesmo com um barulhinho mínimo, mas sem peças móveis e sem deixarem rastros de poluição”, disse Steven Barrett, um dos pesquisadores responsáveis pela ideia, em um texto para o site The Conversation.

Continua após a publicidade

O modelo testado por Barrett e sua equipe possui quatro eletrodos para criar o vento iônico. As dimensões, porém, ficam ainda bem aquém de um Boing 747, um dos modelos mais utilizados na aviação comercial: medindo 5 metros de uma asa a outra, seu peso é de apenas 2.5 kg. Durante dez testes realizados em ambientes fechados, o protótipo viajou pelo ar até 60 metros durante mais de 10 segundos.

Pelo menos em um futuro próximo, é pouco provável que o mecanismo tire do radar as tradicionais turbinas ou a gasolina de avião. Voos comerciais, que costumam durar horas, bem como o peso e a velocidade gigantescos, demandariam uma potência elétrica muito grande. Carregar uma bateria capaz de levantar um jumbo a quilômetros de altura, da mesma forma, é um tanto inviável.

A aposta é que a técnica criada pelos pesquisadores americanos, no entanto, possa ser uma mão na roda para aviões menores, planadores ou mesmo drones. Espera-se que, daqui a um tempo, eles possam ser usados em aplicações como o monitoramento de condições climáticas, captura de imagens aéreas e entregas, por exemplo. Tudo sem perturbar o ambiente – e as pessoas – com o barulho tradicional de objetos voadores identificados cruzando o céu.

Você pode ter mais detalhes da ideia assistindo ao vídeo abaixo, feito pelo grupo do MIT responsável pelos testes.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.