A câmera da verdade
Leica M11-P é a primeira com a tecnologia Content Credentials, que permite saber se uma imagem foi manipulada. Veja como funciona.
O Photoshop foi inventado em 1987. E, antes dele, já existiam a tesoura e o pincel – que Stálin usou para fazer montagens e apagar desafetos em fotos oficiais. Mas nos últimos dois anos, com o surgimento das IAs de imagem, o problema explodiu: agora qualquer pessoa pode gerar fraudes convincentes.
É bem possível que, num futuro próximo, a internet seja inundada por fotos falsas ou manipuladas. Mas a tecnologia Content Credentials (desenvolvida por um consórcio de empresas que inclui Adobe e Microsoft) propõe uma solução – pois permite checar a origem e a autenticidade das imagens [veja abaixo como funciona].
A empresa alemã Leica é a primeira a lançar uma câmera, a M11-P, compatível com o novo sistema. Como tudo dessa marca, custa muito caro: US$ 9.200. Mas é só o primeiro passo. A Content Credentials também poderá ser incluída em câmeras mais baratas e em smartphones.
1. A FOTO
Além da imagem em si, o arquivo também inclui metadados: o nome de quem tirou a foto, onde foi, quando e com qual câmera.
2. A CRIPTOGRAFIA
Esses dados são assinados digitalmente, e à prova de fraudes. Se a imagem for mexida no Photoshop, o arquivo salva uma lista com todas as alterações.
3. A CHECAGEM
Ao ser publicada na internet, a foto inclui um ícone – basta clicar nele para checar a autenticidade da imagem, e ver quais modificações ou retoques ela sofreu.