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5 curiosidades que explicam o vício em Candy Crush

Entenda as armadilhas que os designers colocam no jogo para não vermos o tempo passar

Por Pedro Burgos
Atualizado em 4 nov 2016, 18h59 - Publicado em 28 set 2015, 17h30

Você joga Candy Crush quando acorda, na hora do almoço e antes de dormir? Não conseguiu continuar a ter vida própria enquanto esperava que seus amigos te ajudassem a passar para a próxima fase? Pois é. Para te ajudar a entender o que te viciou, preparamos uma lista que desvenda as armadilhas que te prendem ao jogo.

Candy Crush

1. Te dá choques de dopamina

Você está em transe

Como Pavlov demonstrou, você pode condicionar um animal (seja um cachorro ou um desses que passam o dia no Facebook) a querer algo, basta associar o fim da atividade a um sentimento bom. E a recompensa condicionante nem precisa ser algo físico. Em Candy Crush, cada fileira limpada em uma fase ajuda a produzir a dopamina, o chamado “neurotransmissor do prazer”, que vale como um doce para o nosso cérebro. A dopamina está associada ao vício em drogas e jogatina, e os designers de jogos conseguem manter a produção dela espalhando o sucesso e as recompensas ao longo das fases, com sons, explosões e expressões como “Sweet” e “Delicious”, até ficarmos viciados.

2. Você se sente no controle, apesar de contar com a sorte

Um cassino mais doce

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Graças ao incentivo da dopamina, nós gostamos de executar atividades em que somos recompensados em intervalos frequentes. Isso parece óbvio. O que não é tão lógico é que, como estudos com humanos e animais provam desde os anos 50, gostamos ainda mais quando não sabemos exatamente quando a recompensa pelo nosso esforço virá. Por isso os jogos mais viciantes, como os de cassino ou de peças que caem, contam com um elevado fator sorte, ao mesmo tempo que mantêm uma certa ilusão de controle. Achamos que a nossa habilidade que faz a diferença, mas ficamos felizes mesmo quando somos “abençoados” por aquela peça que salva o jogo. O problema: para ter algum controle e aumentar as chances mudando as regras do jogo, é preciso gastar dinheiro de verdade.

3. Você jamais sofrerá com um “game over”

Toque aqui para tentar de novo

Quando você morria em um jogo antigo, a tela “Game Over” anunciava algo grave. Perder significava jogar fora o que havia sido conquistado com horas de dedicação, e não era fácil começar outra vez, imediatamente. Os microjogos de hoje em dia, projetados para sessões com a duração de uma ida ao banheiro, não têm qualquer pausa entre o fim e uma nova tentativa, e isso mantém o nosso estado de excitação. E como não enjoar disso depois de alguns dias? Limitando ligeiramente a duração das sessões. Com um número finito de vidas diárias, por exemplo, as pessoas param o suficiente para não enjoar, mas ficam ansiosas para o dia seguinte.

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Candy Crush

4. É fácil de jogar

(Nível: easy. Mas não conte para os jogadores)

Candy Crush Saga fechou o ano de 2014 com mais de 1 200 fases diferentes, e a cada semana eram lançadas novas. Todas são parecidas, é claro, mas a sacada para manter os jogadores interessados é adicionar pequenas variações de jogabilidade no intervalo certo – pense nos pássaros com poderes diferentes de Angry Birds. O ritmo em que cada novo elemento é introduzido é das coisas mais pensadas do design de jogos: a primeira fase efetivamente desafiadora de Candy Crush é, de acordo com especialistas no jogo (existe isso), a 65ª. Os desenvolvedores estão constantemente mudando a dificuldade para fazer com que ninguém fique empacado, desistindo.

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5. Faz você interagir com seus amigos

Nenhum jogador é uma ilha

Em 2010, um em cada cinco usuários do Facebook jogava Farmville regularmente. O jogo de cuidar de fazendinhas foi um sucesso, apesar (ou muito por causa) de sua premissa simples. Um dos fatores determinantes para manter as pessoas jogando, e que foi copiado por diversos outros joguinhos, era o foco no social. Farmville estava dentro do Facebook e sua plantação literalmente dependia dos seus amigos: quanto mais gente se ajudasse, mais conteúdo era disponibilizado aos usuários. A integração com redes sociais tem levado a ideia de “jogar junto” dos seminais RPGs online às últimas conse­quências. Jogos como Dots ou Candy Crush são ainda mais viciantes porque os seus “amigos de jogo” são os seus amigos de verdade, e você sempre pode pedir ajuda e comparar os progressos e recordes. Deixar de jogar um deles é como ficar “por fora” do assunto da moda.
 

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