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18 mitos sobre tecnologia em que talvez você ainda acredite

Quem nunca ouviu que usar demais o celular pode causar câncer? Ou que notebook no colo pode causar esterilidade? Nada disso foi comprovado cientificamente

Por Por Marina Demartini, de EXAME.com
Atualizado em 7 mar 2024, 16h21 - Publicado em 29 jun 2015, 17h00

Quem nunca ouviu que usar o celular por muito tempo pode causar câncer? Ou que deixar o notebook no colo pode causar esterilidade? Nada disso foi comprovado em estudos científicos. Logo, são apenas mitos. Confira esses e outros mitos populares sobre tecnologia.

1. É perigoso usar celular num posto de gasolina

Carro

Muitos estados e municípios proíbem o uso do celular em postos de gasolina. No entanto, não há um único registro comprovado de que algum incêndio ou explosão tenha sido causado por celular. Um estudo Universidade de Kent, na Inglaterra, revelou que a única possível razão para não usar o celular num posto de gasolina é evitar a distração.

Essas leis que restringem o uso de celulares seguem recomendações antigas de empresas de combustível e de fabricantes de eletrônicos. Adam Burgess, que chefiou a pesquisa da Universidade de Kent, afirma que o mito teve origem na explosão da plataforma de exploração de petróleo Piper Alpha, na costa da Escócia, em 1988. Mas nunca surgiu qualquer evidência de que a causa do acidente tivesse sido um celular.

2. MacBooks são imunes a vírus

Macbook

Por muitos anos, a Apple alegou que seus MacBooks eram imunes a vírus, o que os tornava melhores que os PCs que rodam o sistema Windows, da Microsoft.

No entanto, em junho de 2012, a Apple tirou do ar a página em seu site onde fazia essa afirmação. A mudança ocorreu após um malware do tipo cavalo de Tróia afetar milhares de computadores Mac. Ou seja, a suposta imunidade do Mac era só um mito – bastante conveniente para a Apple por sinal.

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3. Janelas privativas no browser mantém você anônimo

Janela

Muitas pessoas acreditam que privado é sinônimo de anônimo. Se você é uma dessas pessoas, preste mais atenção em que sites você acessa. Basicamente, a navegação anônima significa que o browser não vai gravar seu histórico de sites, importar seus favoritos ou automaticamente entrar em qualquer uma de suas contas.

Assim, as janelas privativas são ótimas para esconder o que você faz quando alguém está usando seu computador. Porém, isso não vai manter sua identidade oculta em sites que você visita ou em seu provedor.

Um estudo de 2010 da Universidade de Stanford ainda descobriu que alguns complementos de browsers conseguem armazenar informações sobre a sua navegação em janelas privativas. A conclusão que nós tiramos disso? Você nunca está totalmente anônimo na internet.

4. Deixar seu smartphone plugado na tomada destrói a bateria

Algumas pessoas dizem que deixar o smartphone conectado na tomada por muito tempo pode danificar a bateria. No entanto, se isso fosse verdade, muitas pessoas acordariam com o celular quebrado. Afinal, quem nunca deixou o smartphone recarregando durante a noite?

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Os smartphones atuais, com bateria do tipo lítio-íon, não se estragam quando ficam ligados à tomada. Simplesmente o carregamento para quando a bateria atinge sua capacidade máxima.

5. Mais megapixels significam melhor câmera

É comum um fabricante destacar o número de pixels de uma câmera, sugerindo que ter mais píxels significa produzir fotos melhores. Mas isso nem sempre é verdade. Há diversos fatores que interferem na qualidade da foto. Entre eles estão o tamanho e a tecnologia do sensor de imagem, a qualidade das lentes, a presença de um mecanismo redutor de vibrações e o software que processa a imagem.

Em alguns casos, ter mais pixels no sensor pode até prejudicar a imagem. Num sensor pequeno, como o de um celular, para que haja muitos pixels é preciso que eles sejam minúsculos. E esses pixels menores vão captar menos luz do que captariam se fossem maiores, o que pode degradar as fotos feitas em locais mal iluminados.

6. Não é bom usar seu carregador do iPad em seu iPhone

O site oficial da Apple confirma que o adaptador de 12 watts do iPad pode também recarregar o iPhone. De fato, qualquer carregador que empregue conexão USB deve trabalhar com a mesma tensão elétrica, 5 volts. Assim, não deve haver problema em usar o carregador do tablet com o smartphone.

O modelo maior é capaz de fornecer corrente mais intensa, necessária para carregar a bateria maior do tablet. Mas sua tensão deve se manter no valor padrão mesmo quando ele é usado para carregar uma bateria menor.

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7. Não recarregue seu smartphone até a bateria inteira acabar

Celular

A lenda de que é prejudicial recarregar o smartphone antes de acabar totalmente a carga da bateria está relacionada com os celulares antigos. As baterias anteriores eram feitas de níquel-cádmio e sofriam de efeito memória. A bateria “lembrava” o ponto onde a recarga começou no ciclo. Assim, se você recarregasse a bateria quando ela ainda tivesse 40% da carga seguidas vezes, ela tenderia a perder 40% da capacidade com o tempo.

Mas as as baterias atuais são feitas de lítio-íon e não sofrem do efeito memória. Por isso, não há benefício em deixá-las descarregar-se completamente. Isso pode até encurtar sua vida útil com o tempo. Em geral, os fabricantes recomendam a recarga quando o nível de energia cai abaixo dos 20%.

8. Esvaziar sua lixeira apaga permanentemente os dados

Faz sentido acreditar que esvaziar a lixeira do seu PC vai apagar seus dados para sempre. No entanto, não é bem isso que acontece. Na realidade, os documentos não são apagados. Eles só deixam de ser visíveis para o sistema operacional.

Quando o usuário apaga um arquivo, o sistema operacional marca o espaço que era ocupado por ele como livre. Mas os bits com as informações continuam lá. Existem programas utilitários (como o Recuva) que varrem a unidade de disco e recuperam arquivos que haviam sido apagados nela. E há até empresas especializadas em prestar esse serviço.

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9. Alta resolução é sinônimo de tela melhor

Resolução

É comum, quando se aproxima o lançamento de algum smartphone avançado, especular-se que ele poderá trazer tela de maior resolução, talvez 4K Ultra HD. Mas isso não faz muito sentido. A ideia de que resolução maior implica melhor qualidade visual só vale até certo ponto.

No caso dos smartphones, vários estudos mostram que, acima de 300 pixels por polegada, o olho humano não consegue perceber nenhuma melhora quando a resolução aumenta. Uma tela 4K de 5 polegadas teria 881 pixels por polegada. Você só notaria a diferença em relação a uma Full HD se olhasse com uma lupa.

Claro que a situação é diferente quando falamos de telas grandes, como as dos televisores. Nesse caso, uma tela 4K Ultra HD deve mesmo parecer melhor que uma Full HD, ao menos quando vista de perto.

10. Smartphones provocam câncer no cérebro

Não existe evidência científica de que os smartphones podem causar câncer no cérebro. Apesar de os celulares emitirem radiação eletromagnética, que pode ser absorvida pelos tecidos humanos, essa radiação é de baixa intensidade. Por isso, não há indício de que seja nociva para o ser humano.

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Um artigo do Instituto Nacional de Câncer dos EUA relata que diversos estudos na área já foram feitos. “Pesquisas com células de animais e pessoas mostraram que a energia de radiofrequência não causa câncer”, confirma a instituição.

11. Você não deveria desligar seu PC todos os dias

Ligar e desligar seu PC todos os dias é prejudicial a ele? Não há indício de que isso seja verdade. Na verdade, desligar seu PC todos os dias pode ser até bom. O site LifeHacker observa que isso permite economizar energia e diminui a chance de componentes (como ventoinhas) serem danificados.

Mas reconhecemos que pode ser mais conveniente deixar seu PC hibernando do que desligá-lo completamente, já que isso poupa tempo na hora de ligar e desligar a máquina.

12. Games violentos causam violência

Games

Até hoje, nenhuma pesquisa realmente concluiu que jogos violentos causam violência. Um estudo do British Medical Journal revelou que os videogames não exercem nenhum efeito negativo nas características pessoais da criança. Além de não levarem à violência, eles também não propiciam o desenvolvimento de doenças emocionais.

A pesquisa foi feita entre os anos de 2003 e 2013 com 11 mil crianças com idade a partir dos cincos anos. Elas foram submetidas a testes de exposição diária a televisores e outros dispositivos de entretenimento, como o videogame.

13. Segurar um imã perto do notebook apaga todos os seus dados

A menos que você tenha um ímã ridiculamente poderoso, você provavelmente não vai apagar dados do seu disco rígido com um dispositivo desses – nem mesmo se você for Mr. White da série Breaking Bad.

Segundo o site PCMag, os computadores modernos só seriam suscetíveis a imãs se esses ímãs produzissem um campo magnético focado e muito forte. Seu imã de geladeira não vai fazer nenhum mal ao seu PC.

14. Para ter a melhor experiência em HD, você precisa de cabos caros

Não importa se o seu cabo HDMI custa 20 reais ou 200 reais. Sua experiência com vídeo em HD será a mesma. No tempo das conexões analógicas, os cabos mais caros eram realmente melhores. Mas isso mudou quando o HDMI virou padrão, aposentando os cabos analógicos. Quando se usa uma conexão de vídeo digital, não é possível notar a diferença entre um cabo simples e um mais caro.

Contudo, cabos muito baratos podem quebrar ou apresentar mal contato nos conectores. Então, é bom tomar cuidado com a qualidade. Além disso, se você procura um cabo HDMI longo (dois metros ou mais), você deveria comprar um cabo mais caro. Os cabos mais baratos têm chances maiores de apresentar falhas em distâncias maiores.

15. Deixar seu notebook no colo vai deixar você estéril

Notebook no colo

Este mito está relacionado a um estudo de 2011 publicado no jornal de Fertilidade e Esterilidade da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. A pesquisa encontrou indícios de que expor esperma a radiação eletromagnética de um notebook com conexão Wi-Fi danifica o DNA do espermatozoide e diminui sua mobilidade.

No entanto, o Dr. Robert Oates, presidente da Sociedade de Reprodução Masculina e Urologia dos Estados Unidos, disse à agência de notícias Reuters que o resultado dessa pesquisa não se aplica a um notebook no colo. “Isso não é biologia da vida real. É um ambiente completamente artificial. O estudo é cientificamente interessante. Mas ele não tem qualquer relevância biológica humana”, relatou Oates.

Apesar de seu esperma estar protegido, há outros possíveis problemas relacionados à radiação térmica e eletromagnética dos notebooks. A síndrome da pele tostada é um deles. Se computador se aquece demais, ficar muito tempo com ele no colo pode queimar o tecido da pele. Em casos extremos, isso pode até aumentar as chances de a pessoa ter câncer de pele.

16. A Apple inventou o tablet

Muita gente acredita que a Apple inventou o tablet. Mas isso não é verdade. O primeiro dispositivo desse tipo foi criado por Jeff Hawkins em 1989. Chamava-se GRiDPad e rodava o sistema operacional Microsoft MS-DOS 3.3. Custava 3 mil dólares nos Estados Unidos e fez algum sucesso em aplicações profissionais específicas.

Depois dele, veio toda uma geração de tablets que rodavam Windows XP Tablet PC Edition. Mas esses tablets primitivos eram grandalhões e pouco práticos. O iPad, lançado em 2010, trouxe aperfeiçoamentos importantes que finalmente fizeram essa categoria de produtos se tornar bem sucedida.

17. Fechar apps no seu iPhone estende a vida útil da bateria

Você é uma das pessoas que fecham aplicativos no iPhone para salvar a bateria? Bom, você provavelmente não é única que faz isso. Mas acredite, isso é um mito na maioria dos casos. Os apps que você vê quando pressiona o botão home duas vezes não estão realmente em execução ou utilizando bateria.

De acordo com o site Fraser Speirs, esses ícones são aplicativos que foram usados recentemente. Quando o usuário aperta o botão home e sai de um app, o iPhone fecha o aplicativo automaticamente. No entanto, há exceções a essa regra. Apps de localização como Waze e Google Maps, assim como outros que funcionam em segundo plano, devem ser fechados para preservar a carga da bateria.

18. O teclado QWERTY foi desenhado para digitadores lentos

O mito está relacionado com uma história de 1870. Segundo a lenda, um editor de jornal estava cansado com o fato de que máquinas emperravam toda hora, pois os repórteres digitavam muito rapidamente. Por isso, ele quis criar um teclado que tivesse as letras embaralhadas para que os jornalistas escrevessem mais devagar.

Na realidade, o teclado QWERTY foi projetado para evitar o travamento de letras no teclado das máquinas de escrever. O nome, claro, veio das seis primeiras teclas na fileira superior.

Na década de 1930, um novo teclado foi inventado: o Dvorak, que tinha as cinco vogais e as cinco consoantes mais utilizadas na linha do meio. Mas ele nunca se tornou comum. O QWERTY segue sendo, de longe, o modelo mais usado.

 

Conteúdo publicado originalmente em EXAME.com

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