Covid-19: qual o momento de reabrir escolas
E o que as experiências de volta às aulas em outros países podem ensinar ao Brasil.
A pandemia fechou escolas em 191 países, afetando 1,5 bilhão de estudantes, segundo a ONU. No Brasil, as aulas estão suspensas desde março. Mas, ainda que o número de novos casos não dê sinal de que irá diminuir tão cedo, projetos de retomada vêm ganhando força. No fim de julho, nove Estados e o DF planejavam retomar aulas presenciais até setembro.
Pelo mundo, há experiências de reabertura positivas. São os casos de Noruega e Dinamarca, que investiram em práticas de higiene, aumentaram o espaçamento entre as carteiras e limitaram o tamanho de suas turmas. Por lá, a reabertura não elevou o número de casos.
O mesmo aconteceu na Alemanha: entre 2 mil crianças e professores testados no Estado da Saxônia, só 12 tinham anticorpos para a doença – muito pouco para culpar o retorno às aulas.
Já a escolha de Israel de reabrir escolas logo após flexibilizar a quarentena saiu pela culatra. Suspenderam a obrigação do uso de máscaras por três dias, por conta de uma onda de calor. Isso bastou para que dois casos de Covid-19 se transformassem em mais de 200, entre alunos, funcionários e familiares. E o país decidiu fechar novamente mais de 120 escolas e 250 creches.
A lógica, então, é clara: a reabertura funciona quando estudantes levam à sala de aula os mesmos cuidados que mantêm fora dela. Cabe às escolas brasileiras fazer valer os protocolos de segurança – e voltar atrás da decisão, se necessário.