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Conheça o Busójárás, o Carnaval húngaro com máscaras assustadoras

Motivados por uma lenda de mais de 500 anos, moradores do sul da Hungria vão às ruas fantasiados de monstros para afastar o inverno.

Por Bela Lobato
28 fev 2025, 18h00

Um feriado nacional em que as pessoas saem fantasiadas na rua durante alguns dias e termina na Quarta-feira de Cinzas. É claro que é um carnaval, mas não o nosso. Conheça o Busójárás, a celebração tradicional húngara que coloca os homens nas ruas com máscaras assustadoras.

O Busójárás (que se pronuncia algo próximo com “bujoiaras”) acontece na cidadezinha de Mohács, no sul da Hungria. Assim como o nosso Carnaval, ela sempre ocorre nos últimos dias antes da quaresma – em 2025, o festival começou na última quinta-feira (27) e vai até a terça (4).

 Existem várias explicações para as fantasias e máscaras assustadoras da celebração. A lenda mais popular conta que, quando as tropas otomanas invadiram Mohács, no século 16, alguns habitantes fugiram da cidade e começaram a viver nos pântanos e bosques vizinhos.

Fotografia do Demônios húngaros

Certa noite, enquanto conversavam ao redor da fogueira, um velho da etnia Šokci apareceu de repente e disse que eles retornariam para suas casas em segurança, mas que deveriam preparar armas e máscaras assustadoras. Os refugiados seguiram as ordens e já tinham o arsenal preparado quando um cavaleiro chegou ao povoado em uma noite de tempestade. 

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Ele ordenou que eles colocassem suas máscaras e voltassem para Mohács, fazendo o máximo de barulho possível – e eles seguiram sua orientação. Os turcos-otomanos ficaram tão assustados com o barulho, as máscaras e a tempestade que pensaram que os demônios os estavam atacando – e fugiram da cidade antes do nascer do sol.

Entretanto, os mascarados (chamados de busós) são uma expressão tradicional do povo Šokci, que é conhecido desde o século 15. Hoje, existem 607 pessoas que se identificam como Šokac (para homens) ou Šokčica (para mulheres). Elas se vivem no leste da Croácia, no sudoeste da Hungria e no norte da Sérvia. 

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De acordo com as tradições Šokci, poklade (transformação) é a essência de Busójárás. Eles levam isso muito a sério, vivenciando esse feriado em um estado diferente de consciência por trás de suas máscaras, mais em sintonia com seus instintos e livres dos limites do tempo e do espaço. 

Nessas ocasiões, são permitidas muitas coisas que não seriam aceitáveis na vida cotidiana. É relativamente comum que os frequentadores bebam demais e, em fóruns online, existem reclamações de brigas e assédio sexual causados por pessoas embriagadas (não muito diferente do que acontece no nosso Carnaval). 

A verdadeira tradição do busó exige que o rosto e a identidade de uma pessoa permaneçam ocultos durante o feriado, e algumas pessoas até trocam de máscara regularmente para manter sua identidade em segredo. Hoje, como o festival ficou muito grande e turístico, todos os busós precisam passar por uma revista caprichada da polícia antes de chegarem ao local principal do evento.

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Outras versões da mitologia defendem que antes mesmo da chegada dos otomanos, o Busójárás tinha o objetivo de assustar e afastar o inverno. De fato, o período da celebração corresponde ao fim do inverno europeu.

Durante as festividades, os húngaros representam o inverno como se fosse uma pessoa – e a imaginam dentro de um caixão que é afogado no rio Danúbio. Eles também queimam um espantalho que representa a estação gelada. É, não precisa ser um especialista para sacar que o pessoal está cansado do inverno.

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