Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Antibiótico em animais de abate colocou nosso sistema imunológico em risco

Estudo sugere que antimicrobiano usado para promover o crescimento de porcos e frangos criou bactérias mais resistentes que as nossas defesas naturais.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 28 abr 2023, 15h24 - Publicado em 28 abr 2023, 15h21

Nosso sistema imunológico está mais vulnerável a bactérias super-resistentes. E isso tem a ver com um alvo antigo dos ambientalistas: o uso excessivo de antibióticos nas criações de animais para nossa alimentação. 

Um novo estudo sugere que a colistina antimicrobiana, usada por décadas em fazendas de suínos e frangos na China para deixar os bichos mais gordos, resultou no surgimento de cepas de E. coli com maior probabilidade de escapar da primeira linha de defesa do nosso organismo. 

A Escherichia coli é uma bactéria geralmente inofensiva quando fica quietinha no intestino humano. O problema é se ela entra em contato com outros órgãos: pode levar a distúrbios alimentares graves, meningites e infecções urinárias. 

A colistina foi proibida como aditivo alimentar para gado na China e em outros países, mas o estrago já está feito. 

No estudo, uma cepa de E. coli carregando um gene de resistência, chamado MCR-1, foi exposto a AMPs (peptídeos antimicrobianos, componentes essenciais do sistema de defesa imune) em galinhas, porcos e pessoas. As bactérias também foram testadas quanto à sua suscetibilidade ao soro sanguíneo humano.

Continua após a publicidade

Os cientistas descobriram que a E. coli portadora do gene MCR-1 era pelo menos duas vezes mais resistente a ser morta pelo soro humano. Em média, o gene aumentou a resistência aos AMPs humanos e animais em 62% em comparação com as bactérias que não tinham o gene. 

Além dos problemas já identificados, os pesquisadores temem riscos que ainda podem surgir.

“O perigo é que, se as bactérias desenvolverem resistência a [medicamentos baseados em AMP], isso também pode torná-las resistentes aos pilares do nosso sistema imunológico”, disse Craig MacLean, que liderou a pesquisa na Universidade de Oxford.

Continua após a publicidade

A resistência antimicrobiana representa uma terrível ameaça global – a ONU alertou que até 10 milhões de pessoas por ano podem morrer até 2050 como resultado de superbactérias. E, portanto, o desenvolvimento de novos antibióticos, mais sofisticados e menos perigosos, é coisa para ontem. 

A fabricação, a comercialização e o uso de aditivos zootécnicos melhoradores de desempenho que contenham o antibiótico colistina estão proibidos no Brasil desde 19 de dezembro de 2017.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.