Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Um ponto final na vingança

Bioquímicos americanos estão estudando um medicamento contra a bactéria Escherichia coli, encontrada em água não tratada, que desencadeia um processo de diarréia.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 30 set 1992, 22h00

Os turistas que viajam ao México temem a ameaça da chamada vingança de Montezuma: dizem que é só beber a água local para sofrer de diarréia. O problema é provocado pela bactéria Escherichia coli que, justiça se faça aos mexicanos, pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo, sempre que a água não é tratada. O micróbio sintetiza moléculas tóxicas, que se encaixam com perfeição em receptores das células intestinais. Estas, então, perdem a capacidade de absorver a água do bolo alimentar e, daí, o fluxo do líquido.

Seria absurdo pensar que os tais receptores existiriam no organismo para acolher exclusivamente as toxinas agressoras. Só recentemente, bioquímicos da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, identificam a substância do organismo capaz de se ligar aos receptores. Trata-se do hormônio guanilina, com a provável função de regular a umidade da mucosa intestinal. Uma molécula sintética, parecida com a do hormônio, poderá ser usada para impedir o encaixe das toxinas da Escherichia coli. Se der certo, será um remédio capaz de evitar a morte de 3,2 milhões de crianças, por ano, vítimas de diarréia nos países em desenvolvimento.

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