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Um calombo peculiar: a lesão na cabeça típica dos atletas de breaking

Essa protuberância pode se formar após anos de prática do headspin, movimento que apoia o peso do corpo todo no crânio.

Por Bela Lobato
11 out 2024, 19h00

Em 2024, os Jogos Olímpicos ganharam uma nova modalidade: o breaking. Foi uma tentativa de incluir uma atividade física praticada por jovens em centros urbanos, mas essa dança-esporte não foi um grande sucesso de audiência e já está excluída dos Jogos de 2028.

Assim como ocorre em outros esportes, os praticantes de breaking têm uma lesão típica: um calombo pode se formar no topo da cabeça após muito tempo praticando headspins. Esse é o nome do movimento icônico em que o dançariano se apoia com a cabeça no chão e, com ou sem a ajuda das mãos, gira o corpo com as pernas para cima.

A literatura médica sobre o tema não é muito completa, então a prevalência do quadro é incerta. Um estudo de 2009 que voltou à tona com os Jogos de Paris analisou cerca de cem atletas de breaking e constatou que cerca de 60% sofreram algum tipo de lesão por uso excessivo da parte superior da cabeça.

Os sintomas começam com a queda de cabelo, inchaços indolores e inflamações no couro cabeludo, mas pode ir além. 

Em um estudo de caso publicado na última quinta (10) no periódico BMG Case Reports, médicos relatam o caso de um paciente que precisou passar por uma cirurgia para remoção da “protuberância de breakingdance”.

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Na casa dos 30 anos, esse homem praticava a modalidade cinco vezes por semana há 19 anos, dedicando entre dois e sete minutos diários ao headspin

Ele já havia notado a presença de uma protuberância e a queda de cabelo na região do ponto de apoio. Entretanto, nos últimos cinco anos, o inchaço aumentou e o local passou a ficar dolorido. Isso não o impedia de realizar o headspin, porém. 

Imagem do Raio-X mostrando varreduras estruturais que revelam um grande caroço localizado abaixo da pele do homem e acima do osso do crânio.
(BMJ Case Reports 2024/Reprodução)
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Um raio-x revelou a presença de uma multiplicação anormal de células entre a pele da cabeça e o crânio. Além disso, tanto o osso quanto a pele estavam mais espessos que o normal. A intervenção cirúrgica retirou o calombo e lixou o osso do crânio. Todo o processo foi bem sucedido.

“Recebi muitos comentários positivos e as pessoas dizem que ficou bem feito, que tenho uma cicatriz bonita”, disse o paciente, em uma declaração incluída no estudo de caso. “Muitos dizem que não percebem mais que tenho uma protuberância e que minha cabeça parece completamente normal.”

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