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Teu passado te condena (à obesidade)

Diabetes, problema no coração, sobrepreso: tudo pode ser consequência de uma antiga infecção no seu intestino.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 mar 2017, 12h56 - Publicado em 13 dez 2016, 12h53

Infecções antigas no intestino podem estar por trás de problemas no coração, diabetes e obesidade – tudo por causa de uma estranha “cicatriz” no sistema imunológico. É isso que estuda a imunologista brasileira Denise Morais da Fonseca, numa pesquisa surpreendente que venceu o prêmio da Unesco Para Mulheres na Ciência de 2016.

Como surgiu a ideia de que uma infecção intestinal já tratada poderia estar causando doenças muito diferentes, anos depois?

Crianças pobres na África ficam expostas a muitas infecções. E, mesmo quando são levadas para lugares mais desenvolvidos, elas levam anos para se recuperar de problemas metabólicos. Não adianta simplesmente melhorar a nutrição. Foi isso que sugeriu a existência de uma cicatriz imunológica agindo ali, com a infecção funcionando como um gatilho.

O que seria uma “cicatriz” no sistema imunológico?

O sistema imunológico é principalmente um sistema de reconhecimento, e não de defesa, como estamos acostumados a ouvir. Ele se comunica com os tecidos através das células dendríticas. Elas ficam na mucosa, vigiando, e levam pedacinhos de alimentos ou de patógenos, para instruir o sistema imunológico a tolerar um e combater o outro.

Na tentativa de controlar uma infecção, o sistema imunológico se remodela – e os vasos linfáticos (por onde se movimentam essas células de comunicação) podem sofrer vários danos. A metáfora de uma “cicatriz” funciona porque ela faz pensar em algo irreversível. Até agora, não conseguimos reverter esse problema. Podemos pensar também em um vazamento de canos, porque a permeabilidade desses vasos aumenta de forma descoordenada. Aí essas células se perdem e deixam de instruir corretamente o sistema.

Como esse processo pode levar à obesidade?

Além das células dendríticas, os lipídeos da dieta também escapam por esses vasos e vão para o lugar errado. A associação perigosa entre gordura e inflamação é que causa a obesidade. Estamos estudando agora se esses lipídeos também podem causas doenças cardiovasculares, como colesterol alto e infarto (pesquisa pela qual Denise ganhou o prêmio Para Mulheres na Ciência, da Unesco).

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Que outras consequências essa cicatriz imunológica traz?

O sistema imunológico pode começar a enxergar alimentos como antígenos estranhos – e aí surgem alergias alimentares para a vida toda. Ele também pode começar a reagir contra a microbiota, as bactérias boas que vivem no intestino, deixando o órgão em estado constante de inflamação. As vacinas orais, como o Zé Gotinha, para pólio, também falham porque deixam de ser absorvidas pelo corpo.

E o que é possível fazer para evitar essas sequelas?

Essa cicatriz não acontece com todo tipo de infecção. O primeiro passo, então, é identificar os principais patógenos que causam isso. Quando um paciente tem infecção intestinal, é preciso saber exatamente que bactéria está causando, porque aí é possível acompanhá-lo a longo prazo e controlar a inflamação, se aparecer. Imagina que ótima seria se a gente conseguisse prevenir uma doença cardiovascular tratando uma infecção?

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