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Quanto maior o nível de testosterona, mais frio e calculista é o psicopata

Pesquisa aponta que a testosterona pode estar intimamente ligada a como as emoções se relacionam com as decisões.

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 08h44 - Publicado em 22 jan 2016, 16h30

Psicopatas são conhecidos pela frieza em situações extremamente emocionais – como no planejamento e realização de assassinatos, por exemplo. Pensando nisso, cientistas da Universidade Radboud, na Holanda, resolveram usá-los como referência em um estudo que visa visualizar como a testosterona influencia nas emoções humanas. O resultado apontou que, muito provavelmente, o exame de sangue de Hannibal Lector, Jack Estripador, e toda essa galera do mal, registraria altas quantidades do hormônio.

O ponto é que, apesar dos psicopatas não demonstrarem, as emoções estão presentes em todos os seres humanos. A diferença dos que possuem psicopatia está no controle dos sentimentos – e não na ausência dos mesmos. Os pesquisadores, então, resolveram analisar como funcionava essa dominação emocional.

O teste era relativamente simples: 15 pessoas diagnosticadas como psicopatas, e outras 19 tidas como saudáveis foram colocadas, separadamente, em uma mesa de ressonância magnética munidos com um joystick. Lá dentro, eram mostrados rostos sorrindo, e outros com a expressão de raiva. Com o controle, os pacientes analisados conseguiam afastar ou aproximar as fotos. A reação natural do corpo era trazer para si as figuras sorridentes, e afastar as irritadas, mas em determinado momento os estudiosos pediam para que os pacientes fizessem justamente o contrário. Enquanto todos tomavam suas decisões, a máquina monitorava suas atividades cerebrais, e registrava o tempo de reação de cada um. Em resumo, quanto mais rápido, a pessoa conseguia se estabilizar e trazer o rosto enfurecido para perto de si, maior controle emocional ela possuía.

TESTE: Você consegue identificar um psicopata?

Os resultados mostraram que, em geral, enquanto eram feitas as decisões o córtex pré-frontal (parte do cérebro responsável pela cognição) e amígdala cerebelosa (região cerebral que define as emoções) ficavam em constante comunicação. Nos psicopatas, por outro lado, a conversa entre as duas partes do cérebro era menor e a região pré-frontal mostrava uma atividade significativamente mais baixa. Os registros apontavam que quanto maior o nível de testosterona no corpo dos psicopatas, mais os resultados se afastavam dos pacientes saudáveis e menos ligação havia entre os sentimentos e as emoções.

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Os resultados mostram uma ligação entre a biologia e a psique no comportamento de pessoas com psicopatia. “A pesquisa mostra uma explicação neuro-hormonal para os problemas de regulação emocional apresentados em pacientes psicopatas”, afirma Karin Roelofs, uma das responsáveis pelo estudo.  Os envolvidos no estudo acreditam que os dados podem ajudar a desenvolver novos tratamentos para psicopatas, baseados na taxa de testosterona presente em seus corpos.

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