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Quando o soluço pode indicar um problema grave de saúde?

Crises prolongadas podem sinalizar doenças neurológicas, metabólicas ou digestivas. Entenda a condição que acomete o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por Bela Lobato
2 set 2025, 14h25

Quando alguém fala em soluço, a primeira imagem que vem à mente costuma ser uma cena banal: uma contração inesperada que arranca risos ou provoca um leve incômodo. Na maioria das vezes, é exatamente isso – algo passageiro, causado por comer rápido demais ou beber refrigerante.

Mas nem sempre é assim Em alguns casos, ele pode durar horas, dias ou até semanas, atrapalhando o sono, a fala e a alimentação. É nesse ponto que o sintoma deixa de ser inofensivo e pode sinalizar problemas de saúde mais graves.

O que causa o soluço?

O soluço acontece quando um dos músculos responsáveis por ajudar na respiração, o diafragma, se contrai de forma involuntária e abrupta. Essa contração provoca uma inspiração súbita, que logo é interrompida pelo fechamento da glote, a “porta” das vias respiratórias. É esse movimento que gera o som característico do “hic”.

Apesar de ser um fenômeno conhecido desde a Antiguidade, o mecanismo exato ainda não é totalmente compreendido. Pesquisadores acreditam que ele envolve um arco reflexo formado pelos nervos frênico e vago, ligados ao diafragma e ao sistema digestivo, além de conexões no sistema nervoso central. Curiosamente, mesmo sendo tão comum, ainda não há consenso sobre se o soluço desempenha algum papel fisiológico relevante.

As crises de soluço persistentes e intratáveis

Nesta terça-feira (02/09/2025), uma crise de soluço impediu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de comparecer ao julgamento da trama golpista, no Supremo Tribunal Federal. Em boletins médicos recentes, sua equipe relatou crises recorrentes de soluço, acompanhadas de refluxo e episódios de vômito. 

O cardiologista Leandro Echenique, que o acompanha, disse à Folha que os episódios de Bolsonaro “voltaram de forma intermitente” e exigem acompanhamento. O quadro o atrapalha a comer e dormir. 

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As crises de soluço que duram mais de 48 horas são chamadas de persistentes. Nos casos mais duradouros, contados em meses, são chamadas de intratáveis

“Pouco se sabe sobre a incidência de soluços intratáveis, mas os casos descritos atingem principalmente homens idosos com doenças associadas”, explica o cirurgião Sidney Klajner, em comunicado do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele lembra que, embora raro, o sintoma pode comprometer seriamente a qualidade de vida. 

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Segundo o Ministério da Saúde, quadros de soluço intratável podem levar a “desfechos graves como desnutrição, perda de peso, insônia, fadiga, estresse mental e prejuízo da qualidade de vida.” Em casos de refluxo, há ainda o risco de broncoaspiração – quando o conteúdo do estômago vai parar nos pulmões.

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Foi justamente essa complicação que os médicos de Bolsonaro citaram em relatório recente: exames mostraram sinais de infecções pulmonares possivelmente relacionadas ao refluxo associado às crises de soluço. O boletim descreveu ainda a persistência de esofagite e gastrite, condições que demandam acompanhamento contínuo.

Os episódios curtos – aqueles mais comuns – geralmente são desencadeados por coisas banais, como comer demais, ingerir bebidas alcoólicas ou gasosas, passar por mudanças bruscas de temperatura ou até mesmo engolir ar ao mascar chiclete. Essas formas episódicas costumam desaparecer sozinhas e não exigem tratamento.

Já quando o soluço ultrapassa as 48 horas, a investigação médica é fundamental. O diagnóstico, segundo os especialistas, começa com uma entrevista detalhada com o paciente e pode incluir exames de sangue, endoscopia, ressonância magnética ou avaliação pulmonar. A partir daí, o foco é tratar a causa subjacente.

E muitos podem ser os culpados: uma irritação ou dano nos nervos que controlam o diafragma, como o frênico e o vago, pode estar por trás do problema. Doenças como refluxo gastroesofágico, infecções na garganta e até tumores também entram na lista de suspeitos.

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O sistema nervoso central é outra peça-chave. Inflamações como meningite ou encefalite, acidentes vasculares cerebrais e traumas graves no cérebro podem interromper o controle normal do reflexo do soluço, fazendo com que ele se torne persistente.

Questões metabólicas também estão associadas. Desequilíbrios de eletrólitos, diabetes e insuficiência renal são exemplos de condições que podem provocar crises duradouras. O uso de certos medicamentos, como sedativos e corticoides, além do abuso de álcool, também figura entre as causas.

Além disso, outros fatores de risco incluem: questões emocionais, como ansiedade, estresse e animação; e histórico de cirurgias na região estomacal. 

Como resolver soluço?

Não existe bala de prata contra o soluço passageiro, mas algumas manobras simples que podem ajudar nos episódios: prender a respiração, beber água gelada em goles rápidos, gargarejar ou até fazer pressão nos olhos para estimular o nervo vago. 

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Mas a mensagem central dos médicos é clara: quando o soluço passa de um incômodo pontual para uma condição persistente, ele merece atenção médica. Pode ser apenas uma alteração benigna, mas também pode ser o sinal de que algo maior está acontecendo no organismo.

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