“Pipoca de microondas contém ‘substâncias eternas'”. Não é bem assim…
Essa notícia correu a internet. Mas se baseia em um estudo que, na verdade, nem testou a pipoca. Entenda o caso.
![Foto aproximada de uma pessoa retirando um pacote de pipoca pronto do microondas.](https://beta-develop.super.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/05/SI_451_Novas_site-06-Pipoca.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=682&crop=1)
O que a notícia dizia:
A pipoca está contaminada por PFAS (polifluoroalquis), uma família de compostos químicos extremamente estáveis, que não se decompõem – e vão se acumulando no organismo. Foi o que constatou um estudo (1) que analisou quatro marcas de pipoca vendidas nos EUA.
Qual é a verdade:
Os PFAS são usados como antiaderentes, para evitar que o saco de pipoca grude no milho. O estudo constatou a presença deles nas embalagens, mas não na pipoca em si – que não foi testada.
Portanto, não é possível afirmar que haja risco à saúde. Ou que, se existir, ele seja maior que o de cozinhar alimentos em panelas com revestimento antiaderente – que também contêm PFAS, e liberam fragmentos dele. Um estudo feito em 2007 pelo governo americano constatou que 98% das pessoas tinham PFAS no sangue (2).
Fontes 1. Toxic hazards in microwave popcorn. IPEN, 2023. 2. Polyfluoroalkyl Chemicals in the U.S. Population: Data from the National Health and Nutrition Examination Survey. A Calafat e outros, 2007.