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Pesquisadores criam a primeira camisinha eternamente lubrificada

Eternamente enquanto dura, claro. Trata-se de uma aposta da Fundação Gates para tornar os preservativos mais confortáveis, e diminuir a incidência de DSTs

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 26 out 2018, 18h03 - Publicado em 26 out 2018, 17h54

Se você faz parte do time que não curte usar camisinha, a ciência está trabalhando para acabar com qualquer desculpa que o esteja impedindo de se proteger. Pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, criaram um tecido à base de látex que tem também a capacidade de se manter lubrificado por mais tempo. Em tese, isso tornaria uma relação sexual protegida quase tão confortável quanto uma não-protegida.

Trata-se de uma oposta para aumentar o interesse pelo uso de preservativos. A iniciativa – que contou com financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates – pretende diminuir a disseminação de infecções sexualmente transmissíveis, principalmente o vírus da aids. O preservativo ainda não foi testado em relações sexuais de fato, mas os estudos feitos até agora mostram que, só de tocar na camisinha, já dá para notar que ela é diferente: 85% dos participantes perceberam que o tecido dela se difere dos outros por ser mais escorregadio. Nove de dez pessoas entrevistadas disseram que prefeririam uma camisinha mais lubrificada aos modelos comuns. “Até aqueles que não costumam colocar preservativo afirmaram que usariam um assim”, relata Mark Grinstaff, um dos autores da pesquisa, em nota à imprensa.

Apesar de ter a aparência de qualquer outra camisinha, o produto desenvolvido pelos cientistas de Boston tem uma tecnologia interessante: o látex é revestido com polímeros que captam a umidade (que vem dos fluidos corporais) e seguram esses líquidos na superfície do preservativo, de modo que ele fique constantemente lubrificado.

De acordo com Stacy Chin, que também faz parte da equipe que conduziu o trabalho, a ideia é que em dois anos o produto esteja disponível no mercado. Os primeiros países a receber a camisinha autolubrificante devem ser os do Sudeste Asiático, onde estão os maiores produtores de látex.

Segundo a pesquisadora, a falta de hidratação é o principal fator que leva as pessoas a não se protegerem no sexo. “Mas sabemos que, ao tornar essa experiência mais confortável para o usuário, vamos motivá-lo a usar camisinha sempre, prevenindo doenças e gravidez indesejada”, afirma.

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