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Óculos infravermelhos conseguem “ver” se outras pessoas estão com febre

Ele consegue medir a temperatura de 100 pessoas por minuto, a uma distância de até 300 metros.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 4 Maio 2020, 18h51 - Publicado em 4 Maio 2020, 18h47

A Rodik, uma startup chinesa sediada na cidade de Hangzhou, lançou um acessório capaz de ajudar no combate à Covid-19. O par de óculos, batizado como T1, mede a temperatura corporal de várias pessoas praticamente ao mesmo tempo. Isso pode ser útil para detectar possíveis casos de Covid-19 em shoppings e aeroportos, por exemplo, conforme as quarentenas vão ficando mais brandas – claro que febre não é indício automático da doença, mas é a única forma que existe para detectar alguém que possa estar infectado em tempo real (e impedir a pessoa de entrar no aeroporto ou no shopping). 

A ferramenta é capaz de detectar a temperatura de até 100 pessoas por minuto, a uma distância de até 300 metros – ele mede só uma temperatura de cada vez; mas, como faz isso numa fração de segundo, é útil para aumentar a produtividade das detecções. Outra vantagem é que ele pode ser usado de forma mais segura que os termômetros infravermelhos digitais de hoje – aqueles que são apontados para a testa do paciente em lugares públicos e têm formato parecido com um secador de cabelos. O problema é que esses medidores exigem a proximidade das pessoas, já que o aparelho deve estar posicionado de 5 a 15 centímetros de distância da testa para que o resultado seja certeiro. 

Os desenvolvedores do óculos T1 continuam trabalhando em atualizações. Em breve, devem lançar uma versão capaz de fazer quatro leituras simultâneas. Até o dia primeiro de maio, foram vendidos cerca de mil pares para governos, indústrias e escolas, como foi relatado pela Reuters.

Outras empresas também têm lançado produtos que podem ser úteis no combate à pandemia. É o caso da desenvolvedora chinesa de inteligência artificial SenseTime, que desenvolveu sensores térmicos de alta precisão para serem implantados em locais públicos. A ferramenta consegue examinar grupos de até dez pessoas por segundo e dizer se a temperatura do corpo excede os 37,3 ºC (margem de erro de 0,3 ºC). Além disso, o sistema aponta com 99% de certeza se a pessoa está ou não usando máscara. As medidas são úteis para controlar o vai e vem de pessoas em locais com a quarentena já relaxada, como é a situação da China atualmente. 

As empresas também gostaram da ideia. A Amazon, que teve casos de coronavírus em 50 de seus armazéns, começou a implantar câmeras térmicas em seus estabelecimentos. Dessa forma, seus funcionários seriam testados diariamente, e a empresa evitaria o temido fechamento. A companhia contratada pela Amazon não foi divulgada. 

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