Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

“Maconha pode prevenir Covid, diz estudo”. Não é bem assim…

Notícia correu o mundo, mas se baseia na interpretação equivocada de um teste in vitro. Entenda o caso.

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 jul 2022, 11h34 - Publicado em 18 fev 2022, 06h40

O que a notícia dizia:

O ácido canabigerólico e o ácido canabidiólico, dois componentes da erva, impedem que o coronavírus infecte células humanas. Foi o que revelou um estudo (1) publicado por cientistas da Oregon State University, que fizeram testes em laboratório.

Qual é a verdade: 

O estudo foi realizado in vitro, ou seja, diretamente em células. Isso não significa que essas substâncias também funcionem na prática, ou seja, in vivo. Isso porque acaba sendo extremamente difícil (ou impossível) alcançar a mesma concentração que foi aplicada diretamente nas células: o único jeito de tentar fazer isso seria administrar doses altíssimas, que poderiam prejudicar ou matar o paciente. Foi o que aconteceu com a hidroxicloroquina e a ivermectina, que mostraram eficácia in vitro – mas depois fracassaram nos testes em pessoas. 

***

Continua após a publicidade

Fonte 1. Cannabinoids Block Cellular Entry of SARS-CoV‑2 and the Emerging Variants. RB van Breemen e outros, 2022.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade