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Lentes de contato brilhantes previnem a cegueira

Cientistas têm sucesso com um método menos doloroso e bem eficaz contra um grave efeito colateral da diabetes

Por Ingrid Luisa
24 abr 2018, 18h36

A diabetes é um mal que ataca milhões de pessoas. Casos graves geram diversos efeitos colaterais, como problemas na visão e até cegueira — no estágio mais avançado da chamada retinoplastia diabética. Mas, de acordo com um estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse problema pode ser curado com um tratamento simples e indolor — usando lentes de contato enquanto dorme.

A retinoplastia diabética ocorre quando vasos sanguíneos da retina (nervo do olho responsável por projetar as imagens e enviá-las ao cérebro) são danificados. Pessoas com diabetes possuem um alto grau de glicose no sangue, o que o deixa denso, gerando problemas na circulação. Isso acaba lesionando os vasos da retina, que, se forem rompidos, geram cegueira.

Os danos à retina começam com um fornecimento insuficiente de oxigênio — devido à má circulação. Então, é possível evitar esse prejuízo reduzindo as demandas de oxigênio do nervo. Já se conhecia tratamentos para isso, mas todos invasivos e muito incômodos: laser que queimava células das partes laterais da retina (fazendo o oxigênio se concentrar em células mais importantes da visão) ou medicação injetável no globo ocular para reduzir o crescimento de novos vasos.

As novas lentes geram o mesmo efeito, sem nenhuma dor. Assim como o laser, elas também reduzem as demandas da retina, mas de forma diferente — utilizando outras células conhecidas do nosso olho, os bastonetes. Essas células, que estão localizados na própria retina, são responsáveis pela visão em baixa luminosidade, e, por isso, estão bastante ativas à noite, consumindo muito oxigênio. Para que esse consumo seja menor, as lentes brilham — fornecendo luz aos bastonetes durante a escuridão.

Terapias de luz para combater a retinopatia diabética já haviam sido tentadas antes, na forma de máscaras de sono iluminadas, mas os resultados não foram bons — em parte porque os pacientes tinham dificuldade em tolerar o material. Com a lente, as fonte de luz são microtúbulos que atingem a superfície do olho — e o usuário nem percebe.

Os testes da lente, realizados em colaboração com o laboratório Mark Humayun da Universidade do Sul da Califórnia, se mostram promissores: 90% da atividade dos bastonetes foi reduzida. Os pesquisadores afirmam que falta pouco para começarem a serem realizados testes clínicos. Se aprovados, com certeza, salvarão a vista de muita gente.

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