Imunoterapia pode causar câncer secundário, diz EMA
Risco é pequeno, mas deve ser levado em conta, afirma agência médica europeia.
A imunoterapia usa o sistema imunológico do paciente para combater o câncer. Isso pode ser feito de várias maneiras. Uma consiste em colher células, alterá-las em laboratório e reintroduzi-las no paciente, onde elas passam a atacar o tumor. Mas isso também pode ter um efeito colateral.
A European Medicines Agency concluiu (1) que a imunoterapia com células CAR-T (linfócitos T modificados) pode levar ao surgimento de tumores secundários.
Isso pode ocorrer devido à multiplicação anormal das células CAR-T, ou porque o tratamento altera o funcionamento normal do sistema imune – permitindo que outros tumores que já existiam, mas estavam dormentes, se desenvolvam.
A agência analisou dados de 42.500 pacientes que receberam o tratamento. Desses, 38 desenvolveram tumores secundários. Em metade dos casos, foi feita uma biópsia – e ela encontrou células CAR-T em 40% dos cânceres.
Um segundo estudo (2), da Universidade Stanford, monitorou 724 pacientes que passaram por imunoterapia – e detectou tumores secundários em 25 deles.
Embora o risco seja considerado pequeno, a agência europeia recomendou que os pacientes que receberam CAR-T sejam monitorados pelo resto da vida.
Fontes 1. “CAR T-cell medicines: PRAC identifies risk of secondary malignancies of T-cell origin”. EMA, 2024. 2. “Risk of Second Tumors and T-Cell Lymphoma after CAR T-Cell Therapy”. M Hamilton e outros, 2024.