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HPV atinge mais da metade da população jovem brasileira

E em 38,4% desses casos, o vírus é de alto risco para o desenvolvimento de câncer

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 jan 2023, 20h06 - Publicado em 29 nov 2017, 19h47

Cerca de 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados com o papilomavírus humano (HPV). Os números foram divulgados na última segunda-feira, 27, e constam em uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Foram entrevistadas ao todo 7.586 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), mas só 2.669 passaram por testes para detectar a presença do vírus. Do total de casos confirmados, 38,4% das pessoas registraram um dos tipos mais perigosos de HPV, capaz de causar câncer. A maioria dos entrevistados declarou estar em união estável: 41,9% disseram estar namorando e 33,1% casados ou morando com o parceiro. A idade média do início da vida sexual foi de 15,3 anos para mulheres e 15 anos para os homens, e a data da primeira gestação se manteve na casa dos 17,1. Salvador (71,9%), Palmas (61,8%) e Cuiabá (61,5%) foram as capitais que registraram maior incidência do HPV. Com 41,2%, Recife está na outra ponta, como a menos infectada.

HPV é a sigla em inglês dada a um grupo de vírus transmitidos sexualmente, pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas. Apesar da camisinha feminina ser mais eficiente que a masculina (por cobrir uma área genital maior), só o uso de preservativo não exclui o risco de contágio e a presença de feridas na vagina, ânus ou pênis, da mesma forma, pode facilitar a transmissão.

Se indicassem a incidência de qualquer outra infestação viral, esses altos índices de infecção mobilizariam grande esforço das ações públicas. Não é o que acontece com o HPV. Graças ao caráter super silencioso da doença, a gigantesca maioria dos portadores não faz nem ideia do que carrega o invasor dentro do corpo. Apenas 5% dos contaminados costumam sofrer efeitos diretos da ação do vírus, apresentando a formação de verrugas na região genital, boca e garganta. Eventualmente, as mudanças são internas, como as lesões no colo do útero nas mulheres, detectáveis apenas em exames de laboratório colposcopia e o Papanicolau são dois exemplos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem 150 tipos de HPV diferentes, sendo que 40 deles podem infectar a região anal e genital. Das 13 variedades de HPV consideradas oncogênicas (causadoras de tumor), os tipos 16 e 18 são os mais comuns estima-se que estejam presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. A incidência desse tipo de câncer é de cerca de 500 mil casos anuais.

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A vacina contra o HPV, disponibilizada pelo SUS no Brasil desde 2014, é a forma mais eficaz de prevenção. Capaz de proteger contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, ela pode diminuir em até 98% a incidência de verrugas e outras doenças. O foco do oferecimento são as meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 13, além de portadores de HIV. Na rede privada, porém, pessoas de outras faixas etárias também podem ser vacinadas.

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