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Fitas de clareamento danificam proteína do dente, mostram estudos

Elas podem até deixar seus dentes mais brancos (e por um preço razoável), mas no longo prazo, podem custar caro.

Por Maria Clara Rossini
12 abr 2019, 18h08

Economia e beleza. Em uma tentativa de balancear os dois, os produtos de branqueamento dental têm se tornado cada vez mais populares. Mas será que eles compensam tanto assim? Novos estudos da Universidade de Stockon, em Nova Jersey, encontraram relações entre os ingredientes desses produtos e danos erosivos aos dentes.

Os resultados foram apresentados em um encontro anual de biologia que reúne mais de 12 mil cientistas nos Estados Unidos. O peróxido de hidrogênio, usado principalmente em fitas de clareamento, se mostrou prejudicial à dentina em experimentos realizados pelas equipes.

De maneira simplificada, nossos dentes são compostos de três camadas. Primeiro vem o esmalte, a camada superior. Abaixo dela está a dentina, que é rica em proteínas. E por último existe o tecido que conecta o dente à gengiva.

Até então, a maioria das pesquisas focava em estudar a ação do peróxido de hidrogênio na primeira camada, o esmalte. Os novos estudos mostram que o problema fica mais embaixo, justamente na camada com mais proteínas e que representa a maior parte do dente.

O composto atua principalmente no colágeno, a principal proteína presente na dentina, quebrando-a em fragmentos menores. Os experimentos usaram concentrações de peróxido de hidrogênio iguais àquelas presentes nas fitas, e descobriram que elas já são suficientes para fazer todo o colágeno original do dente desaparecer.

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Isso pode estar afetando mais gente do que se imagina. A cada ano são gastos bilhões de dólares com produtos de clareamento dental. Em 2018, mais de 40 milhões de pessoas fizeram uso desses produtos só nos Estados Unidos.

Os pesquisadores focaram em estudar os efeitos do composto químico no colágeno, mas pretendem descobrir se os danos do peróxido e hidrogênio também se estende a outras proteínas.

A pesquisa ainda está em seus estágios iniciais. Ainda não se sabe, por exemplo, se esse dano é permanente ou reversível. Os cientistas que participaram do estudo alertam para o perigo da generalização. É possível que o ecossistema bucal de cada indivíduo – que varia de acordo com a dieta, seus hábitos e os microorganismos que vivem na sua boca – tenha influência na interação entre o composto e a dentina.

Se você usa esse tipo de produto e sentiu que a sensibilidade de seus dentes aumentou só de ler essa matéria, não precisa se preocupar – pelo menos, não com isso. Sensibilidade é o efeito transitório mais comum e não está relacionado à corrosão de nenhuma proteína.

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