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Estudo sugere que medicamento pode retardar a menopausa

Resultados parciais de pesquisa mostram que uma dose pequena do imunossupressor rapamicina atrasa o envelhecimento dos ovários.

Por Eduardo Lima
22 jul 2024, 18h00

O período reprodutivo da mulher é encerrado pela última menstruação, na menopausa, normalmente ocorrendo entre os 45 e 55 anos de idade. Agora, os resultados preliminares de um estudo sugerem que uma droga pode retardar a chegada da menopausa, talvez estendendo o período reprodutivo de uma pessoa em até cinco anos.

Os especialistas descobriram, em resultados parciais da pesquisa, que é possível reaproveitar o imunossupressor rapamicina, também conhecido como sirolimo, de forma segura em pessoas jovens e saudáveis para melhorar a saúde reprodutiva das mulheres.

A droga está sendo estudada para entender como ela poderia desacelerar o envelhecimento dos ovários, atrasando a chegada da menopausa e diminuindo o risco de doenças relacionadas à idade avançada.

Por enquanto, a pesquisa está sendo realizada com 34 pacientes até 35 anos. A meta do estudo é alcançar o número de mil mulheres participando.

Além de atrasar a menopausa

A rapamicina é um remédio usado para evitar a rejeição de um órgão transplantado. Usado como imunossupressor, o medicamento tem uma longa lista de efeitos colaterais, como náusea, dor de cabeça, pressão sanguínea alta e aumento do risco de infecções.

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Para desacelerar o envelhecimento dos ovários, a dose usada é pequena, de 5 mg por semana durante três meses. Pacientes de transplantes podem ter que tomar 13 mg por dia durante anos.

Os resultados parciais sugerem que a rapamicina poderia desacelerar o envelhecimento dos ovários em até 20%, sem que as pacientes experimentassem nenhum dos 44 efeitos colaterais que o medicamento pode causar.

Esse é o primeiro estudo que apresenta uma possibilidade de estender o período reprodutivo das mulheres, e não só combater sintomas da menopausa. Uma das responsáveis pelo estudo, a professora da Universidade Columbia, em Nova Iorque, Yousin Suh, contou ao jornal The Guardian que os resultados são como “um sonho se tornando realidade”.

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Os ovários liberam cerca de 50 óvulos por mês, com um deles passando pelo processo de ovulação. Uma dose pequena semanal de rapamicina poderia diminuir esse número para 15 por mês, e as participantes do estudo continuaram menstruando normalmente com ela.

A droga é barata de ser produzida, e esse é um dos principais problemas do estudo para conseguir financiamento. Suh argumenta que demorou tanto tempo para um estudo como esse acontecer porque falta a motivação do lucro para empresas farmacêuticas investirem em um estudo caro usando uma droga sem patente.

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