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Droga que retarda o envelhecimento começa a ser testada em humanos

Em ratos de laboratório, a substância diminuiu problemas típicos da velhice, como vista ruim e intolerância à glicose

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h00 - Publicado em 28 jun 2016, 15h45

Enganar a velhice é um sonho antigo. Mas, entre pílulas para manter a memória ativa e cremes de colágeno que prometem uma pele livre de rugas, a ciência ainda não encontrou a fonte da juventude – aquilo que vá retardar o envelhecimento, em vez de remediar ou disfarçar a coisa. Agora, cientistas da Universidade de Keio, no Japão, estão chegando bem perto de descobrir algo assim – e quando a gente diz perto, é perto mesmo: a “fonte da juventude” vai ser testada em seres humanos no mês que vem.

A tal “fonte” não é mágica: é ciência pura, e seu poder vem de uma substância chamada mononucleotídeo de nicotinamida (NMN). Encontrada em vários alimentos comuns, como o leite, ela estimula a produção da sirtuína, enzima com uma função chave no envelhecimento: a preservação dos tecidos do corpo. Com a idade, o organismo vai perdendo a capacidade de fabricar essa enzima, então a ideia é usar o NMN para reativar essa produção.

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Por enquanto, a substância só foi testada em ratos de laboratório, e os resultados foram animadores: a droga retardou os declínios naturais do metabolismo, manteve a energia, melhorou a visão dos bichinhos e diminuiu a intolerância à glicose – problemas que vão crescendo quando a gente envelhece.

Agora, o próximo passo é testar o NMN em humanos. A partir de julho desse ano, 10 voluntários saudáveis passarão algum tempo ingerindo a substância para ver se ela realmente é efetiva contra a velhice, e se há efeitos colaterais que não foram notados nos ratos. Se a substância passar no teste, será a primeira droga no mercado que retarda – e não só disfarça – o envelhecimento.

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Mas a coisa não é tão simples. Apesar de o NMN servir como um elixir da vida para os ratos, os cientistas de Keio ainda não sabem se esse efeito se manterá nos humanos. Como o organismo dos bichinhos é muito menos complexo do que o nosso, o máximo que os pesquisadores esperam é que o NMN ajude a retardar alguns aspectos da velhice em humanos – e não que ele pare totalmente o processo.

O teste será feito na Universidade de Keio, com a ajuda da Universidade de Washington. E se você acha que esse é mais um daqueles estudos que não vão para a frente, fique sabendo que ele é uma prioridade científica no Japão, onde a população local está envelhecendo depressa – em 2055, 40% dos japoneses terão mais de 65 anos. Então, o objetivo é correr com as pesquisas para que elas possam beneficiar a população idosa crescente.

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