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Como fazer o café perfeito, de acordo com a ciência

De acordo com uma pesquisa feita por estudiosos da Universidade de Bath e do MIT, o segredo está no que acontece antes da moagem

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 abr 2018, 18h19 - Publicado em 20 jun 2016, 16h30

Você pode até jurar que o café da sua avó é o mais gostoso do mundo — e que o da firma é o pior que você já tomou. Isso é algo pessoal. Mas pesquisadores da Universidade de Bath, na Inglaterra, e do MIT, nos EUA, se juntaram e garantem: existe uma receita para deixar seu café melhor. E o segredo está no frio.

A ideia é bem simples. Não importa se você gosta do café mais amargo ou mais docinho, o ponto é que ele precisa ser consistente — e, de acordo com o estudo, o que define isso é o tamanho dos grãos do pó de café. Quando o fruto é moído e se transforma em pó, os grãozinhos acabam ficando de tamanhos desiguais. Acontece que a água usada na preparação da bebida reage de maneira distinta, dependendo do tamanho das partículas de café: as menores tendem a ficar mais azedas, enquanto as maiores ficam com um gostinho amargo.

Isso acontece porque dentro dos grãos de café há água e essa umidade interfere nas dimensões do pó — o H2O não fica estático dentro do fruto, então quando ele é moído, as formas ficam irregulares.

Os cientistas descobriram que há uma maneira de fazer com que essas partículas tenham o mesmo tamanho: congelando-as. O estudo chegou a conclusão que se você congelar os grãos (com nitrogênio líquido, por exemplo), a água fica sólida — assim, o produto da moagem fica uniforme. O resultado é uma bebida com um gosto mais homogêneo, e mantendo mais o sabor original do grão.

O estudo ainda aponta que a técnica do congelamento se mostra ainda mais necessária quando pensamos em misturar diferentes tipos de grãos. “Um exemplo é a tradicional mistura entre cafés brasileiros e etíopes: os dois são combinados para a obtenção da bebida encorpada e do gosto de nozes característico do fruto brasileiro, com a complexidade frutosa da Etiópia. Mas esse resultado só aparece se ambos os grãos estiveram com partículas similares”, afirmam os pesquisadores na conclusão do estudo.

A pesquisa, no entanto, não dá nenhuma dica de como fazer aquele café requentado ficar um pouquinho mais saboroso. Uma pena.

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