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Cientistas descobrem por que chocolate dá enxaqueca

Pesquisadores encontraram no intestino pistas que podem finalmente explicar porque vinho e chocolate causam as crises de dor.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 out 2016, 12h26 - Publicado em 24 out 2016, 11h32

Quase tudo que é bom engorda – ou dá enxaqueca. Chocolate e vinho não são exceção e, para quem sofre com dores de cabeça latejantes e frequentes, desfrutar de um gole ou pedacinho pode ser um risco enorme.

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego acredita que está mais perto de pôr fim a esse sacrifício. Eles encontraram uma relação entre as crises de enxaqueca e a flora intestinal dos pacientes que sofrem com o problema.

Chocolate, vinho e carne processada são alimentos ricos em nitratos, presentes também em hortaliças folhosas, como o espinafre. A digestão dessa substância leva à produção de um outro derivado, o óxido nítrico.

Para a maioria das pessoas, óxido nítrico ajuda na saúde cardiovascular, dilatando os vasos sanguíneos e melhorando a circulação. O problema é que esse aumento de fluxo do sangue aumenta o risco da enxaqueca aparecer.

LEIAPopeye estava certo: espinafre pode alterar seus músculos

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Mas, então, por que nem todo mundo sofre com dores horríveis na cabeça a cada vez que não resiste a um chocolatinho? Aí é que está a grande descoberta dos cientistas.

Eles analisaram a microbiota – população de bactérias que vive no corpo humano e auxilia processos como a digestão – e observaram que alguns desses microrganismos reagem com o nitrato que ingerimos.

Depois de analisar quase 2 mil amostras fecais e mais 170 de saliva de pacientes com ou sem crises, eles descobriram que os pacientes com enxaqueca tem uma presença bem maior de bactérias processadoras de nitrato, tanto na boca quanto no intestino.

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Assim, o nitrato que os enxaquecosos comem seria processado de um jeito diferente, possivelmente levando a uma produção maior de derivados como o óxido nítrico.

Uma limitação do estudo é o famoso problema da correlação – pode ser que a microbiota diferente seja a origem dessa sensibilidade ao chocolate, ou os dois podem ser sintomas de uma causa separada, ainda não descoberta.

Para resolver esse impasse, eles pretendem seguir essa linha de testes e tentar descobrir se, ao “corrigir” a flora intestinal e bucal dos pacientes, eles conseguem impedir que certos alimentos desencadeiem a enxaqueca. Se for o caso, quem passa reto do chocolate hoje em dia vai estar livre para comer o que quiser, tomando só algumas doses de probióticos.

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