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Afinal, o que fazem as vitaminas do complexo B?

Oito vitaminas fazem parte do complexo B. Entenda o que são elas, como foram descobertas e por que recebem esse nome.

Por Maria Clara Rossini
20 jun 2025, 14h00 • Atualizado em 30 jun 2025, 14h38
  • O proteoma é o conjunto de proteínas de um organismo. O nosso é grande: a Organização do Proteoma Humano – Hupo, na sigla em inglês – lista 18.397 proteínas em seu banco de dados, e calcula que haja 1.381 ainda por encontrar. Dependendo de como a estimativa é feita, porém, esse número flutua: algumas fontes falam em até 100 mil delas.

    Muitas dessas proteínas são enzimas, ou seja: especialistas em forçar reações químicas que, na natureza, seriam lentas demais para serem úteis. É graças às enzimas que o metabolismo dos seres vivos é rápido o suficiente para mantê-los… enfim, vivos, e não só seres. Põe rápido nisso: no interior de cada célula, ocorrem até um bilhão de reações químicas por segundo, e nós temos 37,2 trilhões de células em nosso corpo.

    Algumas enzimas-chave para o nosso metabolismo não funcionam sozinhas. Precisam de uma ajudinha bioquímica de moléculas chamadas cofatores. O que nos leva às vitaminas do complexo B: elas acabaram batizadas com a mesma letra porque são todas cofatores ou, em alguns casos, moléculas necessárias para fabricar um cofator (uma molécula que é ingrediente para montar outra é chamada no jargão de precursor).

    Vamos explicar melhor com uma história do Japão imperial. Durante a era Meiji (1868 a 1912), o arroz branco era considerado superior ao integral. A diferença entre os dois é que, para atingir a tonalidade clara, o grão deve passar por um polimento que retira seu farelo. A elite só comia arroz branco, enquanto a maior parte da população ficava com o integral.

    Ao mesmo tempo, as classes altas sofriam mais de uma doença chamada kakke. Isso era evidente na família real: o imperador Meiji sofreu de kakke durante toda a vida; e sua tia, a princesa Kazu, morreu vítima da doença. A enfermidade provoca fadiga muscular, problemas neurológicos e, em casos graves, insuficiência cardíaca.

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    O kakke estava diretamente relacionado à dieta da nobreza. O farelo do arroz é rico em tiamina, um cofator essencial de enzimas envolvidas no metabolismo de glicose e aminoácidos. Ao eliminar o arroz integral do prato, o corpo dos ricaços não conseguia quebrar e absorver esses nutrientes. Dá para obter a tiamina por meio de outros legumes e algumas carnes. Por isso, a doença só ocorria em regiões onde o arroz era a base da alimentação. Os asiáticos sofriam mais que os ingleses, por exemplo, que encontravam tiamina nas batatas.

    Em outras partes da Ásia, o kakke era chamado de beribéri – nome que adotamos até hoje no Brasil para nos referirmos à deficiência de tiamina. Em 1912, o bioquímico polonês Casimir Funk acreditou ter isolado o componente “antiberibéri“, e batizou a tiamina de vitamina B (o nome significa “amina vital“, ainda que hoje saibamos que nem toda vitamina pertence à classe química das aminas, como a tiamina). Pouco mais de uma década depois, Frederick Hopkins identificou a vitamina B como um nutriente necessário para o bom funcionamento do organismo.

    Logo se descobriu que, na verdade, havia vários componentes importantes nos grãos integrais, e eles foram recebendo os números subsequentes: vitamina B2, vitamina B3… Hoje conhecemos oito vitaminas do complexo B: tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), ácido pantotênico (B5), piridoxina (B6), biotina (B7), ácido fólico (B9) e cobalamina (B12). Cada uma ajudando determinadas enzimas. As substâncias de número 4, 8, 10 e 11 existem, mas hoje sabemos que elas não são essenciais ao corpo. Por isso, saíram da lista.

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    A única vitamina B que não é encontrada nos cereais e outros vegetais é a B12. Essa é produzida apenas por bactérias que vivem no trato gastrointestinal dos animais e na superfície de algas marinhas. Também chamada de cobalamina, a B12 é cofator de enzimas que atuam na síntese de DNA, fabricação de hemácias e formação da bainha de mielina que envolve os neurônios. A menos que você tenha um armário cheio de nori (a alga de enrolar sushi), só dá para conseguir a B12 em alimentos de origem animal. É por isso que os veganos precisam suplementá-la. A suplementação sem recomendação médica, porém, pode causar acne, dor de cabeça e sobrecarregar os rins.

    Tabela, em fundo bege, com quatro características do Complexo B.
    (Arte/Superinteressante)
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