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Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

A transição demográfica e a longevidade são conquistas históricas

E o envelhecimento saudável pode se tornar uma nova fonte de riqueza.

Por José Eustáquio Diniz Alves
Atualizado em 24 jun 2025, 10h46 - Publicado em 23 jun 2025, 10h00
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por mais de 200 mil anos, desde o surgimento do Homo sapiens, as taxas de mortalidade e natalidade permaneceram elevadas. No entanto, com o avanço da ciência, da tecnologia e da produção de bens e serviços, especialmente após a Revolução Industrial, a dinâmica demográfica e econômica começou a se transformar.

O desenvolvimento urbano-industrial possibilitou a transição demográfica – processo de redução das taxas de mortalidade e fecundidade –, que, por sua vez, impulsionou ainda mais o desenvolvimento.

Taxas mais baixas de natalidade são fundamentais para a redução da pobreza e da fome, pois a menor quantidade de filhos facilita o investimento na qualidade de vida das crianças. Mulheres com maior autonomia reprodutiva tendem a apresentar níveis mais elevados de escolaridade, maior inserção no mercado de trabalho e renda mais alta.

A transição demográfica provoca uma mudança na estrutura etária, caracterizada pelo estreitamento da base da pirâmide populacional e pelo aumento da proporção de pessoas em idade produtiva – fase conhecida como primeiro bônus demográfico.

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Todos os países que hoje apresentam elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) souberam capitalizar esse primeiro bônus, um fenômeno temporário que se inicia com a redução da proporção de crianças e se encerra com o crescimento da população idosa.

Paralelamente à mudança etária, emerge um segundo bônus, associado ao aumento da produtividade. Este decorre da elevação dos níveis de escolaridade, do investimento em máquinas, equipamentos e infraestrutura e da incorporação de novas tecnologias ao processo produtivo.

Por fim, o aumento da expectativa de vida possibilita o surgimento de um terceiro bônus demográfico: o da longevidade. O envelhecimento saudável e ativo impulsiona o crescimento das chamadas gerações prateadas, compostas de pessoas que vivem mais e com melhor qualidade de vida.

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A “economia prateada” representa um momento estratégico para aproveitar esse bônus. O primeiro passo para concretizar os dividendos da longevidade é desmistificar o envelhecimento e superar preconceitos etários.

O envelhecimento populacional traz desafios, mas também abre oportunidades: a longevidade saudável, ativa e colaborativa pode se tornar uma nova fonte de riqueza e de bem-estar social.

José Eustáquio Diniz Alves é sociólogo, com doutorado e pós-doutorado em demografia pela Unicamp. Foi coordenador da pós-graduação da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do IBGE. Atualmente, é diretor da Decifra Consultoria em Demografia.

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