“Sense8 luta contra tudo o que Trump quer implantar”, diz elenco
Elenco esteve no evento para divulgar a próxima temporada e falou sobre sexo, direitos das minorias e o novo membro do elenco, Toby Onwumere
Ainda vai demorar para termos mais uma temporada completa de Sense8, a série de ficção científica da Netflix lançada em 2015, sobre oito pessoas ao redor do mundo que desenvolvem um link telepático. Mas parte do elenco esteve presente na Comic Con Experience 2016 para adiantar um pouco do que vem sendo preparado ao longo dos últimos meses.
Tina Desai (que interpreta a indiana Kala), Miguel Ángel Silvestre (que vive o mexicano Lito) e Brian J. Smith (que faz o americano Will) não tiveram papas na língua e comentaram tudo: da eleição de Donald Trump ao novo membro do elenco, o ator Toby Onwumere, que subsitituirá Aml Ameen no papel de Capheus.
Brian fez questão de ressaltar que sabe que as cenas de sexo da série têm impacto no público: “As pessoas respondem bem a elas”. Mas mandou a frase acima para firmar que o objetivo não é apenas atrair a audiência: é quebrar um tabu. “Todo mundo transa”, acrescentou. “Sexo é uma condição humana”, complementou Miguel.
Mas, em um elenco multicultural, nem sempre isso é tão fácil. “Eu sou indiana, e pra mim foi difícil atuar em uma relação sexual não binária”, explica Tina. “Não é cultural da Índia”. Ela também disse que foi difícil estabelecer uma ligação emocional com os outros personagens, porque isso não é comum no estilo narrativo audiovisual da Índia. “Em Bollywood, para expressar sentimentos, a gente dança, entende?”, contou, entre risos.
Brian foi só elogios para Toby: “Ele é especial”. Tina também abordou o mais novo membro da família Sense8: “Ele é completamente caótico. Ele não pára. Vocês verão esse feeling na série”.
As circunstâncias da substituição de Aml por Toby ainda não estão claras – alega-se apenas que houve um desentendimento sobre os rumos da série entre ele e as criadoras, as irmãs Wachowski. A alteração, porém, pode ter sido uma das causas do atraso na exibição da segunda temporada.
Tina revelou ser uma grande fã do intérprete de Homem de Ferro. Seus colegas também responderam à mesma pergunta: Miguel disse que gostaria de ter uma ligação Sense8 com a atriz Jennifer Lawrence (de Jogos Vorazes) e Brian, “com uma pessoa completamente diferente de mim, para aprender”.
“Não pode ser assim”, continuou Brian. Todo o elenco reforçou que um dos objetivos da série é exatamente combater a xenofobia e o preconceito, mostrando que, mesmo vivendo em culturas tão distintas, há muito em comum entre todos os humanos.
“Eu espero que o preconceito contra os gays mude”, afirmou Miguel, cujo personagem é um homossexual recém-saído do armário. “Eu trabalho pra isso. Nós precisamos de tempo, mas isso vai ter um fim”, concluiu, otimista.
Em sua visita anterior ao Brasil, em junho, o elenco participou da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, onde gravou diversas cenas para a próxima temporada.
Assim como Orange Is The New Black, também da Netflix, Sense8 foi uma das séries pioneiras em utilizar, como protagonista, uma transgênero – e interpretada por uma atriz transgênero, Jaime Clayton.
A convivência ajudou a todos a entender melhor as dificuldades que transgêneros ainda enfrentam diariamente.
Miguel foi o mais simpático do trio, e disse a frase acima desse jeito mesmo: metade em inglês, metade em português. Sabe o idioma local tem garantido boas risadas. “Eu entendo português, e eles não. Isso é ótimo!”, garantiu.
Brian adiantou que uma das tramas abordadas na próxima temporada será a progressão do vício de Will. “O que será bem curioso, já que ele é um policial”.
Como a impressão em papéis alavancou a caça às bruxas na Europa
Pessoas nascidas sem olfato respiram de forma diferente, segundo estudo
ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA