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Quem foi Malcolm-X?

Nas décadas de 50 e 60 ganharam fama vários líderes e movimentos de defesa dos negros nos Estados Unidos

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 14 fev 2020, 17h49 - Publicado em 18 abr 2011, 18h52

Foi um dos mais importantes militantes americanos na luta contra o racismo nas décadas de 50 e 60. Nascido na cidade de Omaha, em 1925, o pequeno Malcolm Little teve uma infância trágica: perdeu o pai assassinado e viu sua casa ser incendiada pelo grupo racista branco Ku Klux Klan. Na adolescência, passou por várias casas de custódia e foi parar na cadeia. Em 1946, enquanto cumpria pena por roubo, converteu-se ao islamismo e aderiu à Nação do Islã, uma seita defensora do conceito de superioridade negra. Seguindo um dos preceitos da entidade, que negava os sobrenomes adotados pela população negra americana e os denunciava como resquícios da escravidão, o militante assumiu o nome de Malcolm-X. Começava aí sua ação política: praticando rigorosos padrões religiosos, ele iniciou uma série de viagens pelos Estados Unidos, fundando mesquitas e fazendo palestras. Sua estratégia radical se opunha ao movimento pelos direitos civis dos negros, liderado por militantes moderados, como o pastor batista Martin Luther King.

Na verdade, Malcolm recusava a igualdade racial e a integração à sociedade branca, defendendo o separatismo dos negros e afirmando que a violência era um recurso aceitável para a autoproteção. Suas idéias e seu talento de orador reuniram um grande número de seguidores para a Nação do Islã. Entretanto, em março de 1964, Malcolm desentendeu-se com outros líderes da seita e abandonou o grupo. Pouco depois, formou seu próprio movimento religioso e embarcou para uma peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita. O retorno aos Estados Unidos marcou uma virada ideológica: após a viagem, o militante anunciou idéias mais brandas quanto ao separatismo negro, admitindo a possibilidade de convivência com a sociedade branca. As novas posições acirraram a tensão com antigos seguidores e, em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm-X acabou assassinado por integrantes do próprio movimento negro, durante um comício em Nova York.

LEIA TAMBÉM:

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Anos de luta

Nas décadas de 50 e 60 ganharam fama vários líderes e movimentos de defesa dos negros nos Estados Unidos

MARTIN LUTHER KING

Destacando-se como principal líder do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos a partir de meados dos anos 50, esse pastor batista defendia a não-violência e o fim da segregação racial contra os negros americanos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964, mas foi assassinado quatro anos depois

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PANTERAS NEGRAS

Formado em 1966 com o nome de Partido Pantera Negra para Autodefesa, esse grupo californiano tinha como objetivo original proteger moradores dos guetos negros contra a brutalidade policial. Entretanto, logo suas atividades descambaram para a violência. Perseguida pela Justiça, a organização foi fechada no início da década de 80

NAÇÃO DO ISLÃ

A organização religiosa que teve Malcolm-X como um de seus líderes surgiu na década de 10, mas ganharia importância a partir dos anos 50. Com uma interpretação peculiar do islamismo, a seita tinha como fundamento principal a defesa da supremacia negra. Divergências internas racharam o grupo, mas algumas facções existem até hoje

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