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Que espécies invasoras causaram grandes desastres ecológicos?

Conheça seis casos desastrosos de plantas e animais levados para novos habitats e que tiveram um impacto destruidor na ecologia ou economia local

Por Simone Barreto
Atualizado em 22 fev 2024, 10h42 - Publicado em 27 Maio 2013, 16h30
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  •  (João Pirolla/Mundo Estranho)

     

    O número de espécies invasoras no mundo está na casa dos milhares – e crescendo. Segundo o Global Invasive Species Database (Base de Dados Global de Espécies Invasoras), só o Brasil tem 174 espécies invasoras que causam algum impacto ambiental negativo.

    Fora de lugar, animais, plantas, fungos e micro-organismos têm potencial devastador de desequilibrar ecossistemas, geralmente devorando uma espécie local ou reproduzindo-se descontroladamente. A coisa é grave: espécies invasoras são a segunda maior ameaça à biodiversidade do planeta, atrás apenas do aquecimento global.

    Confira alguns dos casos mais chocantes deste fenômeno.

    Kudzu
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    KUDZU

    Origem Japão e sudeste da China
    Invasão Em 1876, estas plantas foram levadas aos EUA para conter a erosão de beiras de rio e servir de forragem para o gado
    Impacto Escapou da área de plantação e espalhou-se pelo sudeste e norte do país. Cresce três vezes mais rápido do que qualquer outra planta e ameaça culturas importantes, como a soja
    Combate Plantar essa espécie é proibido por lei. Os focos são erradicados com pesticidas.

     

    Caramujo-Africano
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    CARAMUJO-AFRICANO

    Origem Leste e nordeste da África
    Invasão Chegou ao Brasil em 1988, apresentado como substituto ao escargot europeu. Ninguém curtiu e os criadores soltaram no mato
    Impacto Uma das piores pestes das regiões tropicais e subtropicais, rasteja por 23 estados brasileiros. Ataca plantações e conseguem prosperar em lixões
    Combate Nos anos 60, os norte-americanos conseguiram libertar a Flórida (que também era invadida), com veneno, coleta manual e campanhas. Aqui tenta-se o mesmo.

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    Sapo-Cururu
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    SAPO-CURURU

    Origem Américas Central e do Sul
    Invasão Em 1935, foram levados à Austrália para controlar pragas nas plantações de cana-de-açúcar, seguindo um plano bem-sucedido no Havaí
    Impacto Superpopulação e veneno. Predadores como cobras e lagartos tentam comer e caem vítimas das glândulas de toxina dos sapos
    Combate O incentivo à caça se provou ineficaz diante da capacidade de reprodução (são 30 mil ovos por desova). Agora o plano é destruir os ovos

     

    Caranguejo-Chinês
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    CARANGUEJO-CHINÊS

    Origem Costa leste da Ásia
    Invasão Puseram as garras primeiro na Alemanha, em 1912, aonde chegaram de carona em navios europeus. Alcançaram o Reino Unido em 1935
    Impacto Os caranguejos cavam buracos na beira dos rios e provocam erosão e entupimentos. Podem se infiltrar rapidamente em outros rios do país
    Combate A estratégia é simples: comer! Frito é uma delícia, como bem sabem os chineses. No Reino Unido, a pesca poderá ser incentivada

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    Píton-Birmanesa
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    PÍTON-BIRMANESA

    Origem Sudeste da Ásia
    Invasão Nos anos 90, esses animais de “estimação” fugiram ou foram soltos por criadores na Flórida e em Porto Rico (EUA)
    Impacto Transmitem doenças a cobras locais e competem com elas por alimento – são tão grandes que comem até jacarés
    Combate O deslocamento das pítons é controlado por rádios, que rastreiam dispositivos inseridos em algumas das cobras. Também são usados cães farejadores e armadilhas com feromônios

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    ILHA DOS ROEDORES

    Ratos-marrons estão detonando o santuário ecológico da Geórgia do Sul, ilha britânica no Atlântico

    Terra Prometida
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    1) Carga maldita

    Muito comuns na Europa, os ratos-marrons entraram de gaiato em porões de baleeiros e navios caçadores de focas que aportaram na ilha com frequência entre os séculos 18 e 20. Uma vez que os ratos colocaram as patinhas na ilha, começaram a se multiplicar.

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    2) Terra prometida

    Na ausência de predadores, os ratos se reproduziram pela ilha sem ameaças. Altamente adaptáveis, os membros dessa espécie sobrevivem a climas frios cavando tocas e empilhando-se para conservar calor. Os cientistas do Projeto de Restauração do Habitat da ilha falam em milhares de roedores, embora não exista um censo com o número exato dessa população.

    Carga Maldita e Avicídio
    (João Pirolla/Mundo Estranho)
    3) Avicídio

    A ilha acolhe cerca de 30 milhões de aves e as ninhadas de 29 espécies de pássaros. Espécies nativas, como o caminheiro-antártico (Anthus antarcticus) e a marreca-parda (Anas georgica georgica) também são ameaçadas pelos ataques dos roedores. Os ninhos ficam no solo, o que tornam filhotes e ovos presas fáceis para para os ratos.

    Apocalypse Now
    (João Pirolla/Mundo Estranho)

    4) Apocalypse Now

    Uma nova fase do combate aos ratos foi executada em fevereiro de 2013, quando três helicópteros espalharam 270 toneladas de iscas envenenadas pela ilha. A operação procurou aumentar o sucesso da primeira tentativa, de 2011, que espalhou 50 toneladas de iscas em só 13% do território infestado. Até o fim de 2013, 60% da área infestada estava limpa.

     

    FONTES Sites issg.org, sght.org, virginia.edu, environment.yale.edu e portal.fiocruz.br e Departamento de Zoologia do Natural History Museum de Londres

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    CONSULTORIA Tony Martin, chefe da equipe do Projeto de Restauração do Habitat, da ilha de Geórgia do Sul

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