A campeã em altura é o salto Angel, no sul da Venezuela. Lá, a água do rio Churún despenca 979 metros do alto da montanha Auyan Tepui sugestivamente, “montanha do diabo”, no dialeto dos índios locais. Encravada em um platô rochoso na floresta amazônica, ela foi batizada em homenagem ao seu descobridor, o aventureiro americano James Angel. A bordo de um pequeno monomotor, Angel avistou a cachoeira em 1937, durante uma expedição em busca de ouro. Ele tentou aterrissar perto do topo, mas acabou atolado em um pântano e ficou perdido na selva por 11 dias. Se o Salto Angel é campeão indiscutível em altura, quando se fala em volume dágua o primeiro lugar fica com as cataratas do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina.
Elas têm uma vazão média de 1 756 metros cúbicos por segundo, quantidade que pode aumentar absurdamente durante as chuvas do verão, entre novembro e março. “Nas enchentes de 1983, foram registradas vazões de 35 mil metros cúbicos por segundo”, diz o hidrólogo (especialista em recursos hídricos) Heinz Dieter Fill, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O nome das cataratas não poderia ser mais adequado: na língua dos índios guaranis, Iguaçu significa “água grande”. Quinze quilômetros antes de se juntar ao rio Paraná, o rio Iguaçu vence um desnível médio de 65 metros, precipitando-se em um estreito cânion com 270 saltos. O primeiro a descrever as cataratas foi o explorador espanhol Álvar Nuñes Cabeza de Vaca, que escapou por pouco de ter seu barco engolido pela ferocidade das quedas em 1541, quando descia o rio Iguaçu à procura de uma rota para Assunção, no Paraguai.
Até o final do século 19, as cataratas do rio Niágara, na divisa dos Estados Unidos com o Canadá, eram consideradas a cachoeira com maior volume dágua do mundo. Porém, a construção de três usinas hidroelétricas, que desviaram parte do rio, reduziu a vazão das cataratas, que hoje gira em torno de 1 000 metros cúbicos por segundo.