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Qual a diferença entre pato, ganso, marreco e cisne?

Por Yuri Vasconcelos
Atualizado em 22 fev 2024, 11h05 - Publicado em 18 abr 2011, 18h52

Essas aves, domesticadas há séculos pelo homem, têm uma relação de parentesco tão próxima que são classificadas como membros da mesma família, a Anatidae. Elas só se diferenciam nos gêneros e em suas respectivas espécies. Em comum, patos, gansos, marrecos e cisnes têm a capacidade de flutuar sobre a água e a habilidade para nadar – apesar de os gansos normalmente preferirem mesmo ficar em terra firme. Dentro do quarteto, os patos são os mais numerosos, dividindo-se em mais de 90 espécies. Os marrecos são tão parecidos com eles que alguns biólogos os consideram espécies de patos, apesar de haver uma diferença anatômica no bico desses dois tipos de aves (veja nos textos ao lado). Já os cisnes têm como marca registrada o pescoço alongado e o porte majestoso. O cisne-do-pescoço-negro (Cygnus melanocoryphus) e a capororoca (Coscoroba coscoroba) são as únicas espécies desse tipo de ave naturais da América do Sul.

Os gansos, por sua vez, dividem-se entre os gêneros Anser (com plumagem cinza) e Branta (negros). O ganso-do-canadá (Branta canadensis) é a espécie mais numerosa das Américas e de tão popular tem sua imagem estampada na cédula canadense de 100 dólares. “Na comparação de tamanhos, os cisnes são os maiores do grupo, seguidos pelos gansos, patos e marrecos”, diz a bióloga Fernanda Junqueira Vaz, da Fundação Zoológico de São Paulo. Gansos e cisnes têm uma curiosidade em comum: eles escolhem um parceiro para o resto da vida, ao contrário dos patos e marrecos.

Quarteto domesticado Há séculos esses bichos são usados pelo homem na culinária e até como “cães de guarda”

CISNE – Bonito e veloz

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Essas são as maiores aves do quarteto, sendo que indivíduos de algumas espécies podem pesar mais de 20 quilos e ter até 1,70 metro de comprimento. Sua característica física marcante é o pescoço longo. Além da beleza e da docilidade, os cisnes nadam com uma elegância inigualável, por isso são bastante usados como aves de ornamentação em lagos artificiais. Na natureza têm a fama de excelentes voadores, desenhando uma formação em “V” no céu quando migram em bandos.

Na culinária: hoje é raro o consumo dessa ave, mas até meados do século 19 a coisa não era bem assim na Inglaterra. O cisne assado era um prato tradicional na ceia de natal da rainha Vitória (1819-1901) — o peru só entraria no cardápio a partir da década de 1850.

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GANSO – Patrulheiro histérico

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Os gansos foram domesticados há 4 mil anos, no antigo Egito. Eles gostam de andar em bandos e, em cativeiro, são capazes de viver 50 anos. Além de serem criados para ornamentação, os gansos também são usados como animais de guarda, pois soltam ruídos estridentes quando percebem a chegada de estranhos ao lugar onde moram. Na natureza, a maior parte das espécies de gansos é encontrada no Hemisfério Norte. Eles medem entre 64 centímetros e 1,14 metro.

Na culinária: a carne e os ovos dessa ave não costumam ser muito consumidos. Em compensação, seus miúdos, mais especificamente o fígado, são uma iguaria cobiçada. É com fígado gordo de ganso (ou pato) que é feito o tradicional foie gras , um requintado patê que surgiu ainda na Antiguidade e que hoje é uma especialidade francesa.

PATO – O mais popular

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Os patos, que medem entre 45 e 80 centímetros, são as aves da família Anatidae mais encontradas no mundo. A semelhança anatômica com os marrecos faz com que esses dois tipos de animais sejam freqüentemente confundidos. A principal diferença entre eles está no bico. O dos patos costuma ter uma protuberância perto das narinas, enquanto o dos marrecos é bem liso. Hábeis nadadores, alguns patos são capazes de mergulhar a até 17 metros de profundidade.

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Na culinária: apesar de não ter uma carne tão consumida como a de frango, o pato é usado em famosas receitas internacionais (como o “pato com laranja”, de origem francesa) e regionais (como o “pato no tucupi”, prato típico do Norte do Brasil). O ovo de pata, por sua vez, não tem bom valor comercial, apesar da antiga fama de ser afrodisíaco.

MARRECO – Caçula da turma

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Os marrecos são “irmãos gêmeos” dos patos, apesar de, em geral, serem menores que estes – atingem entre 35 e 50 centímetros. Os marrecos e os patos se diferenciam dos gansos principalmente quando estão em pé. Os dois primeiros mantêm seu corpo mais na horizontal em relação ao solo, enquanto os gansos ficam numa posição verticalizada. No Brasil, as espécies mais conhecidas são o paturi (Nomonyx dominicus) e o irerê (Dendrocygna viduata ), que aparece na foto ao lado.

Na culinária: o marreco é bastante consumido na região Sul do Brasil. Um prato típico de origem alemã, o marreco recheado com repolho roxo, conquistou catarinenses e gaúchos e acabou dando origem à Fenarreco (Festa Nacional do Marreco), que acontece todos os anos em Brusque (SC).

Mergulhe nessa
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Na livraria:

Handbook of the Birds of the World – Volume 1, J. Cabot e outros, Lynx Edicions, 1992

Ornitologia Brasileira, Helmut Sick, Nova Fronteira, 1997

Na internet:

https://www.wikipedia.org/w/wiki.phtml?search=duck&go=Go

https://animaldiversity.ummz.umich.edu/

chordata/aves/anseriformes.html

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LEIA MAIS

– Por que o pato não se molha ao entrar na água?

– É verdade que o “quac” do pato não produz eco?

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