Como existem muitas espécies de cogumelos – fala-se em 1,5 milhão – e nenhuma característica física denuncia a presença de veneno ou substâncias alucinógenas, é muito difícil (e perigoso) diferenciá-los no “olhômetro”. Para piorar as coisas, estima-se que nem 5% das espécies estejam classificadas na literatura biológica. Isso significa que nem um micologista (especialista em fungos) muito experiente pode enfiar na boca um cogumelo achado no meio da floresta. Mesmo que ele se pareça muito com uma espécie comestível, é bom desconfiar, afinal um mesmo gênero pode ter espécies que matam, deixam doidão ou, simplesmente, enchem a barriga (veja o exemplo do gênero Amanita nas fotos abaixo). Em laboratório, há duas formas de se identificar um cogumelo: análise morfológica e bioquímica. A primeira nada mais é do que comparar as características da espécie encontrada com as das já identificadas e cata-logadas nos livros científicos. Para isso, leva-se em conta o formato, as medidas e a coloração do cogumelo. Mesmo que ele se pareça com alguma espécie conhecida, por precaução é analisado por um bioquímico treinado para identificar a presença de toxinas (como a alfa-amanitina, encontrada no Amanita phalloides) e substâncias alucinógenas (como a psicilobina, do Psilocibe cubensis).
Será que ele é? Estes três cogumelos são do gênero Amanita, mas seus efeitos são totalmente diferentes
ALUCINÓGENO
Amanita muscaria: Um pedacinho de 1 grama pode te deixar zureta por várias horas. É um dos alucinógenos mais antigos da humanidade
VENENOSO
Amanita phalloides ou “chapeu-da-morte”: 50 gramas são suficiente para matar uma pessoa. O papa Clemente VII morreu depois de comer um
COMESTÍVEL
Amanita caesarea: Não existe no Brasil, mas faz muito sucesso nas cozinhas européias. Pode ser comido cru, em saladas, sem perigo de intoxicação
Leia também:
– Por que as explosões nucleares têm forma de cogumelo?
– Por que os escargots são tão caros?
– Qual é o maior ser vivo?