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Quais são os piores agrotóxicos para a saúde humana?

Existem diversos tipos de agrotóxicos, que variam de acordo com a praga a ser combatida. Para ter uma idéia do tamanho do arsenal, são cerca de 900 princípios ativos em mais de 4 000 formulações diferentes. Como medida de segurança, o Brasil – e a maioria dos países – possui toda uma legislação determinando a […]

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 10h53 - Publicado em 18 abr 2011, 18h59
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    Existem diversos tipos de agrotóxicos, que variam de acordo com a praga a ser combatida. Para ter uma idéia do tamanho do arsenal, são cerca de 900 princípios ativos em mais de 4 000 formulações diferentes. Como medida de segurança, o Brasil – e a maioria dos países – possui toda uma legislação determinando a quantidade a ser aplicada, o tempo que se deve esperar para colher o alimento, e o tipo de produto a ser usado. “Cada região reúne condições climáticas diferentes e, conseqüentemente, as espécies de pragas também variam. É isso que determina o tipo de pesticida usado na plantação, razão pela qual não dá para relacionar cada agrotóxico a um grupo de alimentos específicos”, afirma o químico Félix Reyes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Normalmente, se as normas de aplicação forem seguidas à risca, esses produtos – apesar de altamente venenosos – deixam na comida apenas resíduos químicos considerados “toxicologicamente aceitáveis” – ou seja, não são nocivos à saúde.

    “O risco maior de intoxicação fica, na verdade, para aqueles que manuseiam e aplicam o produto nas plantações. Há também casos em que feirantes usam por conta própria o agrotóxico para que seus produtos permaneçam em bom estado por mais tempo”, diz Maria Cecília de Figueiredo Toledo, engenheira de alimentos da Unicamp. “É bom lembrar que a penetração dos agrotóxicos se limita à parte externa do fruto ou da folha. Por isso, uma boa lavagem em água corrente dos alimentos que comemos crus pode retirar a maior parte do veneno, tornando-o não prejudicial”, afirma o toxicologista Antony Wong, da Universidade de São Paulo (USP).

    Maldita trindade
    São três os tipos de defensivos agrícolas mais nocivos para o nosso organismo

    INSETICIDAS (combatem insetos)

    Organoclorados • Muito perigosos

    Proibidos desde 1985, esses produtos deixam resíduos permanentes nos tecidos gordurosos de mamíferos, peixes e aves. Quem comer a carne de um desses animais contaminados, será igualmente afetado. O veneno também permanece no meio ambiente por mais de 100 anos.

    Organofosforados • Menos perigosos

    Após a intoxicação, os efeitos desses pesticidas se manifestam em até 24 horas. Eles fazem parte da família dos chamados inibidores e, além de efeitos fisiológicos ainda podem causar reações esquizofrênicas.

    Carbamatos • Pouco perigosos

    Enquanto os efeitos dos organofosforados levam um mês para desaparecer, os dos carbamatos levam apenas uma semana. Ambos têm as mesmas características e fazem parte da família dos inibidores.

    HERBICIDAS (combatem ervas daninhas)

    Paraquat • Muito perigosos

    Extremamente tóxico, esse tipo de produto ataca gravemente todos os tecidos do organismo. A intoxicação pode se dar por inalação ou ingestão. Se consumido acidentalmente em estado puro, basta uma simples colher de chá para matar.

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    Glifosate • Menos perigosos

    Essa classe de agrotóxico apresenta toxicidade relativamente baixa para o ser humano, mas a ingestão acidental causa náuseas, vômitos e outros distúrbios gastrointestinais.

    Clorofenóxicos • Pouco perigosos

    Se manuseados corretamente, os agrotóxicos desse grupo são muito pouco tóxicos. No entanto, em sua fabricação é liberada uma substância chamada dioxina, que deve ser mantida separada. Caso ela contamine o herbicida, a mistura torna-se cancerígena.

    RODENTICIDAS (combatem roedores)

    Fluoracetato de sódio • Muito perigosos

    A categoria dos rodenticidas é a mais venenosa de todas e esse produto em particular, um dos mais tóxicos entre eles. Seu uso é proibido no Brasil, mas em outros lugares – como Nova Zelândia, Estados Unidos e Europa – ele continua liberado.

    Fosfeto • Menos perigosos

    Esse produto é utilizado para proteger as sementes em estoque antes do plantio. O uso doméstico contra ratos ainda é comum no Brasil, apesar de o fosfeto ser proibido. Ao se misturar com a água ou com a saliva, ele libera a fosfina, um gás venenosíssimo.

    Hidroxicumarínicos • Pouco perigosos

    Por serem granulados, esses produtos dificilmente passam despercebidos a ponto de serem ingeridos por acidente. Em seres humanos, sua toxicidade é relativamente baixa, mas podem provocar hemorragias.

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    Venenos poderosos
    Os pesticidas são perigosíssimos – mas só quando ingeridos ou inalados em estado puro

    VIA AÉREA

    A maioria dos agrotóxicos líquidos costuma ser pulverizada de aviões. Esse modo de aplicação torna-se especialmente perigoso em dias de muito vento, pois o veneno pode se espalhar e contaminar rios e populações vizinhas

    SISTEMA CIRCULATÓRIO

    Os pesticidas do grupo dos hidroxicumarínicos fazem o sangue perder sua propriedade coagulante, podendo provocar hemorragias

    SISTEMA REPRODUTOR

    Os organoclorados, os organofosforados e os carbamatos podem provocar aborto. Já os clorofenóxicos interferem na produção de espermatozóides

    CORAÇÃO

    Os defensivos agrícolas do grupo dos organofosforados e dos carbamatos causam descontroles nervosos que podem provocar até parada cardíaca. Já o paraquat queima e lesiona os tecidos internos, entre eles os do coração

    FíGADO

    Outro órgão atacado pelo paraquat, veneno que causa grandes estragos em todos os tecidos internos

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    SISTEMA DIGESTIVO

    O glifosate, os carbamatos, os organofosforados e os clorofenóxicos também causam vômitos, náusea e diarréia. Até aí, nada de anormal: esses são os sintomas mais comuns e os primeiros a aparecer quando há qualquer intoxicação

    CÉREBRO

    Os organofosforados e os carbamatos paralisam enzimas essenciais do nosso sistema nervoso. Isso provoca tal descontrole que pode causar parada respiratória ou cardíaca fatal

    ESÔFAGO

    Se for inalado, o paraquat queima as paredes desse canal de comunicação entre a faringe e o estômago, a ponto de corroer seus tecidos

    MÚSCULOS

    Os organoclorados e os clorofenóxicos provocam fraqueza e dores musculares

    PULMÃO

    Uma vítima de vários agrotóxicos – do paraquat aos organofosforados, carbamatos e fluoracetato de sódio. Todos eles aumentam a secreção pulmonar, causando parada respiratória. Já o fosfeto pode provocar parada respiratória e até morte por sufocação

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    RINS

    Como o paraquat causa lesões graves em todos os tecidos internos, os rins também são extremamente prejudicados

    GORDURA

    Os organoclorados se alojam nos tecidos adiposos, podendo, a longo prazo, desenvolver doenças como o câncer

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