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Quais são os parques nacionais do Brasil?

Ao todo, o país abriga 52 parques nacionais, incluindo áreas no oceano Atlântico, em ecossistemas tropicais, na floresta amazônica e até no meio de um grande centro urbano, o Rio de Janeiro (veja alguns exemplos ao lado). No mundo, os primeiros parques surgiram nos Estados Unidos. O mais antigo é o famoso Yellowstone, inaugurado em […]

Por Rodrigo Ratier
Atualizado em 22 fev 2024, 11h08 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51

Ao todo, o país abriga 52 parques nacionais, incluindo áreas no oceano Atlântico, em ecossistemas tropicais, na floresta amazônica e até no meio de um grande centro urbano, o Rio de Janeiro (veja alguns exemplos ao lado). No mundo, os primeiros parques surgiram nos Estados Unidos. O mais antigo é o famoso Yellowstone, inaugurado em 1872. Por aqui, o pioneiro é o parque nacional de Itatiaia, fundado por Getúlio Vargas em 1937. “Naquela época, a criação dos parques privilegiava resguardar símbolos nacionais conhecidos, cercando as chamadas áreas de beleza cênica. Recentemente, entendeu-se que é melhor proteger a biodiversidade sem isolar o parque do resto da região, mas integrando-o à natureza e às comunidades locais”, diz o ambientalista Cláudio Maretti, da ONG WWF-Brasil, entidade que atua em parceria com o governo para conservar as áreas protegidas da Amazônia. Administrados pelo governo federal, os parques nacionais são uma parte das unidades de proteção integral do Brasil.

Também pertencem a esse grupo estações ecológicas, reservas biológicas, monumentos naturais e refúgios de vida silvestre. “Juntas, essas áreas abrangem 2,61% do território do país. Não se pode extrair recursos naturais delas. No caso dos parques nacionais, a visitação é permitida, mas em uma área restrita. O turismo precisa ser controlado para garantir a preservação”, afirma a geógrafa Andréa Zarattini, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A situação atual de vários parques, porém, está longe de ser a ideal. Um dos problemas é que a maioria deles ainda não tem território garantido. Quando um parque é criado, é preciso desapropriar a terra. Em geral, o processo se arrasta muito, tornando as áreas de conservação e lazer palco de disputas fundiárias, queimadas, extrativismo ilegal e tráfico de animais. Perdem a fauna, a flora e também o público: por não possuírem estrutura adequada, cerca de 20 parques não estão abertos à visitação.

Mergulhe nessa

Na internet:

www2.ibama.gov.br/unidades/parques/parnas.htm

Diversidade preservada
Áreas de proteção guardam ecossistemas marinhos, matas tropicais e até florestas urbanas
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Chapada dos Veadeiros (GO) – Comunidade integrada

Situado em uma área com altitudes entre 1 400 e 1 700 metros a 260 quilômetros de Brasília, o parque protege várias nascentes do planalto Central e é o hábitat do mergulhão, uma ave ameaçada de extinção. Antes de sua criação, em 1961, os moradores exploravam cristais no local. A partir de 1990, os próprios habitantes da região, incluindo alguns ex-garimpeiros, foram treinados para guiar os turistas.

Abrolhos (BA) – Maternidade aquática

O primeiro parque nacional marinho brasileiro abriga uma importante zona de recifes e corais, tida como santuário da biodiversidade e berçário marinho. Espécies ameaçadas como as baleias-jubarte e as tartarugas-marinhas procuram o parque para se reproduzir. A pesca predatória e a venda de coral para fazer cimento diminuíram, mas o excesso de turistas e de mergulhadores ainda põe em perigo o ecossistema local.

Montanhas do Tumucumaque (AP) – Gigante equatorial

Criado em 2002, é o maior parque do país e a maior unidade de preservação de florestas tropicais em todo o mundo. Seu território de 38 670 km2 equivale a 25 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Fica na divisa com a Guiana Francesa. É um exemplo da nova lógica na criação de parques: sua área não fica isolada, mas circundada por florestas e áreas indígenas. Como o parque ainda não tem sede própria, ele permanece fechado para visitação.

Tijuca (RJ) – Refúgio metropolitano

Encravado no coração do Rio de Janeiro, o parque inclui a pedra da Gávea, o Corcovado e a floresta da Tijuca, considerada a maior floresta urbana do mundo. A mata atlântica, porém, não é original: na verdade, trata-se do primeiro projeto de reflorestamento do país, executado a partir da década de 1860 numa área que anteriormente era ocupada por fazendas de café. Hoje, o parque é afetado pela poluição e pelo crescimento das favelas na cidade.

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Fernando de Noronha (PE) – Arquipélago ameaçado

O parque nacional cobre apenas parte do arquipélago, onde as obras são proibidas. O resto é área de proteção ambiental, onde se pode construir. A visitação é controlada: são aceitos no máximo 600 visitantes ao mesmo tempo. Noronha é o lar dos golfinhos-rotadores e local de desova da tartaruga-verde. A vegetação nativa desapareceu com a ocupação: calcula-se que 95% da mata tenha sido destruída desde 1503.

Itatiaia (RJ) – Pioneiro incompleto

O primeiro parque nacional conserva um ambiente que vai da mata atlântica aos campos de altitude. As maiores atrações são as trilhas para cachoeiras como a Véu de Noiva e montanhas como o pico das Agulhas Negras. Como sua desapropriação nunca foi concluída (só 33% da área está regularizada), até hoje há fazendas e pousadas particulares na região. O parque sofre com incêndios e com a extração ilegal de palmito.

Iguaçu (PR) – Popularidade internacional

É o parque mais visitado do país: a cada ano, são cerca de 700 mil turistas. O grande destaque, claro, são as cataratas do Iguaçu, declaradas patrimônio da humanidade em 1986. Abriga um dos últimos grupos de onças-pintadas, também ameaçadas de desaparecerem. A integração com a comunidade é difícil: o parque é todo cercado e uma estrada irregular que corta o local é constantemente reaberta pelos moradores.

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