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Quais foram os anúncios mais politicamente incorretos da história?

Desde propaganda de cocaína e de armas para crianças até gente vendendo escravos, muitos anúncios lutam pelo título de mais politicamente incorreto da história. São todos tão bizarros que nenhuma revista ou jornal hoje se atreveria a publicá-los. “A ideia do que é politicamente incorreto muda com o tempo. Essas propagandas são um reflexo dos […]

Por Gisela Blanco
Atualizado em 22 fev 2024, 11h35 - Publicado em 1 jul 2009, 16h53

Desde propaganda de cocaína e de armas para crianças até gente vendendo escravos, muitos anúncios lutam pelo título de mais politicamente incorreto da história. São todos tão bizarros que nenhuma revista ou jornal hoje se atreveria a publicá-los. “A ideia do que é politicamente incorreto muda com o tempo. Essas propagandas são um reflexo dos costumes da época, e o que hoje parece absurdo antes não era nada de mais”, explica o professor José Roberto Whitaker Penteado, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo. Não à toa, a maioria dos anunciantes modernos não teria nem coragem de fazer anúncios assim. Afinal, não são loucos de ofender os consumidores e, além de perder um montão de dinheiro por causa disso, correr o risco de parar na cadeia!

O absurdo à venda

Se a propaganda é a alma do negócio, veja como ela também já foi um baita espírito de porco!

VEM CÁ COM O PAPAI


Falta de noção –
Venda de armas para crianças

Onde – EUA

Quando – 1957

E dá-lhe munição em mais um anúncio da terra do Tio Sam, onde, para um menino ser macho, era preciso carregar um trabuco. Isso sem falar no duplo sentido para lá de “suspeito” da frase “para alguma coisa extra… leve um garoto para caçar”. Sei não…

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NÃO É BRINQUEDO, NÃO

Falta de noção – Venda de armas para crianças

Onde – EUA

Quando – 1972

Família feliz é uma família com espingardas na mão? Bom, só se for de serial killers! Mesmo sendo de chumbinho, é muita falta de noção anunciar armas como presente para a criançada. Imagine uma dessas nas mãos da Maísa: o Silvio Santos estaria fulminado!

A PRIMEIRA FAZ TCHAU…

Falta de noção – Navalha na mão de criança

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Onde – EUA

Quando – 1900

Na época, o produto até era inovador – uma lâmina mais segura, que faz a barba sem ferir a pele e evita acidentes. Mas de quem foi a ideia bizarra de enfatizar isso com um bebê segurando a gilete? Se o cara trabalhasse numa agência do Roberto Justus, certamente estaria… demitido!

DOUTOR CÂNCER

Falta de noção – Médico fazendo propaganda de cigarro

Onde – EUA

Quando – 1930

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Para dar a impressão de que seus cigarros eram saudáveis, esta marca colocou um médico dizendo que eles faziam menos mal. Segundo o anúncio, mais de 20 mil especialistas compartilhavam da mesma opinião. Bom, ou eles eram muito ingênuos ou uns baita mentirosos…

O MAIOR BAFÃO

Falta de noção – Incentivar o fumo passivo

Onde – EUA

Quando – 1970

Quer conquistar a gata? Fácil: “Solte uma baforada na cara dela e ela vai segui-lo por toda parte”. É, no mínimo, birutice vender o mix de machismo e intoxicação como receita para seduzir alguém, né?

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FUMA AÍ, MAMÃE

Falta de noção – Bebê em propaganda de cigarro

Onde – EUA

Quando – 1950

Já esta marca não só escalou um bebezinho para a propaganda como ainda o fez falar: “Antes de me dar uma bronca, mamãe… talvez seja melhor você acender um Marlboro”. Ou seja, além de apanhar, o bebê ainda iria ganhar umas baforadas na cara antes…

PREVENÇÃO ASSASSINA

Falta de noção – Dizer que cigarro previne doenças

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Onde – EUA

Quando – 1945

Anúncios do fumacê eram mestres na arte do absurdo. Este aqui, do figura com cara de psicopata, dizia que o cigarro da marca causava menos irritação. Nesse caso, a “prevenção” já valeria pela cura. Então tá…

ENFISEMA ESPORTE CLUBE

Falta de noção – Atleta dizendo que cigarro é bom

Onde – EUA

Quando – 1935

Se há duas coisas que não combinam, são cigarro e esporte. Não para os publicitários de antigamente. Nesta publicidade, um patinador campeão olímpico garantia que os cigarros aliviavam o cansaço. Isso é que é escorregão!

TAMPA À PROVA DE “BURRAS”

Falta de noção – Machismo e violência contra a mulher

Onde – EUA

Quando – 1953

Na metade do século passado, este anúncio de ketchup pisou na bola feio ao dizer que a nova embalagem do produto era tão fácil de abrir que “até uma mulher conseguiria”. Bom, sem comentários, né?

ME ESPANCA QUE EU GOSTO

Falta de noção – Machismo e violência contra a mulher

Onde – EUA

Quando – Décadas de 1950 e 1970

Segundo esta marca de café, se uma esposa não preparasse a bebida com o seu produto, supostamente o melhor, o marido teria todo o direito de lhe dar umas porradas… Outros anúncios, como estes de calças e de sapatos, defendiam que o homem deveria manter a mulher “onde ela pertence”, ou seja: no chão, como capacho…

MELHOR QUE UMA MULHER

Falta de noção – Machismo

Onde – EUA

Quando – 1961

Quando este produto chegou ao mercado, ninguém reclamou da propaganda, que dizia com todas as letras: “Nosso Chef faz tudo, menos cozinhar – mas é para isso que servem as esposas!” Imagine o “sucesso” que o eletrodoméstico faria entre as donas-de-casa hoje…

VENDE-SE GENTE

Falta de noção – Anúncio de escravos

Onde – Brasil

Quando – 1821

Nos jornais do Brasil já foi possível encontrar pessoas à venda no meio de classificados de casas e carroças. No anúncio do Diário do Rio, o proprietário descrevia até os “dotes” do escravo. Em outro jornal da época, oferecia-se recompensa para quem capturasse uma escrava fugida. Esse barbarismo acabou com a assinatura da Lei Áurea, em 1888

BALINHA BIZARRA

Falta de noção – Pastilha de cocaína para crianças

Onde – EUA

Quando – 1885

Quando ainda não se sabia sobre o mal que a droga podia causar, essas pastilhas de cocaína eram vendidas para tratar dor de dente, sendo especialmente indicadas para crianças! Para completar, os fabricantes ainda diziam que o remédio deixava a galera “com um humor melhor”…

REMEDINHO DE ARTISTA

Falta de noção – Pastilhas para a garganta com cocaína

Onde – França

Quando – 1900

Para ficar com o gogó turbinado, este anúncio recomendava o uso de pastilhas com cocaína para cantores, artistas, professores e oradores. Além de melhorar a garganta, os drops “mágicos” também prometiam dar uma animada nos usuários. Não diga…

CHEIRO DE COISA MALUCA

Falta de noção – Propaganda de lança-perfume

Onde – Brasil

Quando – 1900

O cartaz apelava para a sofisticação e o erotismo na hora de mandar o recado: lança-perfume era a alegria de qualquer festa. Ficava todo mundo meio leso, mas ninguém estava nem aí. Bom, isso até o “perfuminho” ser proibido no Brasil, em 1961

O PAPA É PORRE

Falta de noção – Vinho com adição de cocaína

Onde – França

Quando – Década de 1870

Além de uva e álcool, esse vinho trazia na fórmula alguns graminhas de… folhas de coca! Os anunciantes juravam que, além de gostoso, era um bom fortificante. O garoto-propaganda do cartaz é Leão XIII, papa entre 1878 e 1903 e um fã do vinho francês

Feitos para chocar

Alguns anúncios são controversos por querer, como forma de levantar a discussão acerca de temas polêmicos

A marca de roupas Benetton já mandou ver na polêmica como forma de vender seu peixe. Em 1992, horrorizou muita gente com uma campanha que trazia a foto de um homem com aids no hospital, doença que, na época, ainda era tabu. Feito pela fotógrafa Therese Frare, o retrato lembra a tela religiosa Piettá, de Michelangelo. Depois, foi a vez de o fotógrafo Oliviero Toscani produzir uma série de fotos polêmicas para a marca: tem coisas como um padre e uma freira se beijando e até dois cavalos pegos no flagra. É dele também a foto de uma modelo em grau avançado de anorexia usada num anúncio. Feito para a marca de roupas Nolita em 2007, causou polêmica e acendeu a discussão sobre o tema da anorexia entre modelos.

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