Quais foram os anúncios mais politicamente incorretos da história?
Desde propaganda de cocaína e de armas para crianças até gente vendendo escravos, muitos anúncios lutam pelo título de mais politicamente incorreto da história. São todos tão bizarros que nenhuma revista ou jornal hoje se atreveria a publicá-los. “A ideia do que é politicamente incorreto muda com o tempo. Essas propagandas são um reflexo dos […]
Desde propaganda de cocaína e de armas para crianças até gente vendendo escravos, muitos anúncios lutam pelo título de mais politicamente incorreto da história. São todos tão bizarros que nenhuma revista ou jornal hoje se atreveria a publicá-los. “A ideia do que é politicamente incorreto muda com o tempo. Essas propagandas são um reflexo dos costumes da época, e o que hoje parece absurdo antes não era nada de mais”, explica o professor José Roberto Whitaker Penteado, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo. Não à toa, a maioria dos anunciantes modernos não teria nem coragem de fazer anúncios assim. Afinal, não são loucos de ofender os consumidores e, além de perder um montão de dinheiro por causa disso, correr o risco de parar na cadeia!
O absurdo à venda
Se a propaganda é a alma do negócio, veja como ela também já foi um baita espírito de porco!
VEM CÁ COM O PAPAI
Falta de noção – Venda de armas para crianças
Onde – EUA
Quando – 1957
E dá-lhe munição em mais um anúncio da terra do Tio Sam, onde, para um menino ser macho, era preciso carregar um trabuco. Isso sem falar no duplo sentido para lá de “suspeito” da frase “para alguma coisa extra… leve um garoto para caçar”. Sei não…
NÃO É BRINQUEDO, NÃO
Falta de noção – Venda de armas para crianças
Onde – EUA
Quando – 1972
Família feliz é uma família com espingardas na mão? Bom, só se for de serial killers! Mesmo sendo de chumbinho, é muita falta de noção anunciar armas como presente para a criançada. Imagine uma dessas nas mãos da Maísa: o Silvio Santos estaria fulminado!
A PRIMEIRA FAZ TCHAU…
Falta de noção – Navalha na mão de criança
Onde – EUA
Quando – 1900
Na época, o produto até era inovador – uma lâmina mais segura, que faz a barba sem ferir a pele e evita acidentes. Mas de quem foi a ideia bizarra de enfatizar isso com um bebê segurando a gilete? Se o cara trabalhasse numa agência do Roberto Justus, certamente estaria… demitido!
DOUTOR CÂNCER
Falta de noção – Médico fazendo propaganda de cigarro
Onde – EUA
Quando – 1930
Para dar a impressão de que seus cigarros eram saudáveis, esta marca colocou um médico dizendo que eles faziam menos mal. Segundo o anúncio, mais de 20 mil especialistas compartilhavam da mesma opinião. Bom, ou eles eram muito ingênuos ou uns baita mentirosos…
O MAIOR BAFÃO
Falta de noção – Incentivar o fumo passivo
Onde – EUA
Quando – 1970
Quer conquistar a gata? Fácil: “Solte uma baforada na cara dela e ela vai segui-lo por toda parte”. É, no mínimo, birutice vender o mix de machismo e intoxicação como receita para seduzir alguém, né?
FUMA AÍ, MAMÃE
Falta de noção – Bebê em propaganda de cigarro
Onde – EUA
Quando – 1950
Já esta marca não só escalou um bebezinho para a propaganda como ainda o fez falar: “Antes de me dar uma bronca, mamãe… talvez seja melhor você acender um Marlboro”. Ou seja, além de apanhar, o bebê ainda iria ganhar umas baforadas na cara antes…
PREVENÇÃO ASSASSINA
Falta de noção – Dizer que cigarro previne doenças
Onde – EUA
Quando – 1945
Anúncios do fumacê eram mestres na arte do absurdo. Este aqui, do figura com cara de psicopata, dizia que o cigarro da marca causava menos irritação. Nesse caso, a “prevenção” já valeria pela cura. Então tá…
ENFISEMA ESPORTE CLUBE
Falta de noção – Atleta dizendo que cigarro é bom
Onde – EUA
Quando – 1935
Se há duas coisas que não combinam, são cigarro e esporte. Não para os publicitários de antigamente. Nesta publicidade, um patinador campeão olímpico garantia que os cigarros aliviavam o cansaço. Isso é que é escorregão!
TAMPA À PROVA DE “BURRAS”
Falta de noção – Machismo e violência contra a mulher
Onde – EUA
Quando – 1953
Na metade do século passado, este anúncio de ketchup pisou na bola feio ao dizer que a nova embalagem do produto era tão fácil de abrir que “até uma mulher conseguiria”. Bom, sem comentários, né?
ME ESPANCA QUE EU GOSTO
Falta de noção – Machismo e violência contra a mulher
Onde – EUA
Quando – Décadas de 1950 e 1970
Segundo esta marca de café, se uma esposa não preparasse a bebida com o seu produto, supostamente o melhor, o marido teria todo o direito de lhe dar umas porradas… Outros anúncios, como estes de calças e de sapatos, defendiam que o homem deveria manter a mulher “onde ela pertence”, ou seja: no chão, como capacho…
MELHOR QUE UMA MULHER
Falta de noção – Machismo
Onde – EUA
Quando – 1961
Quando este produto chegou ao mercado, ninguém reclamou da propaganda, que dizia com todas as letras: “Nosso Chef faz tudo, menos cozinhar – mas é para isso que servem as esposas!” Imagine o “sucesso” que o eletrodoméstico faria entre as donas-de-casa hoje…
VENDE-SE GENTE
Falta de noção – Anúncio de escravos
Onde – Brasil
Quando – 1821
Nos jornais do Brasil já foi possível encontrar pessoas à venda no meio de classificados de casas e carroças. No anúncio do Diário do Rio, o proprietário descrevia até os “dotes” do escravo. Em outro jornal da época, oferecia-se recompensa para quem capturasse uma escrava fugida. Esse barbarismo acabou com a assinatura da Lei Áurea, em 1888
BALINHA BIZARRA
Falta de noção – Pastilha de cocaína para crianças
Onde – EUA
Quando – 1885
Quando ainda não se sabia sobre o mal que a droga podia causar, essas pastilhas de cocaína eram vendidas para tratar dor de dente, sendo especialmente indicadas para crianças! Para completar, os fabricantes ainda diziam que o remédio deixava a galera “com um humor melhor”…
REMEDINHO DE ARTISTA
Falta de noção – Pastilhas para a garganta com cocaína
Onde – França
Quando – 1900
Para ficar com o gogó turbinado, este anúncio recomendava o uso de pastilhas com cocaína para cantores, artistas, professores e oradores. Além de melhorar a garganta, os drops “mágicos” também prometiam dar uma animada nos usuários. Não diga…
CHEIRO DE COISA MALUCA
Falta de noção – Propaganda de lança-perfume
Onde – Brasil
Quando – 1900
O cartaz apelava para a sofisticação e o erotismo na hora de mandar o recado: lança-perfume era a alegria de qualquer festa. Ficava todo mundo meio leso, mas ninguém estava nem aí. Bom, isso até o “perfuminho” ser proibido no Brasil, em 1961
O PAPA É PORRE
Falta de noção – Vinho com adição de cocaína
Onde – França
Quando – Década de 1870
Além de uva e álcool, esse vinho trazia na fórmula alguns graminhas de… folhas de coca! Os anunciantes juravam que, além de gostoso, era um bom fortificante. O garoto-propaganda do cartaz é Leão XIII, papa entre 1878 e 1903 e um fã do vinho francês
Feitos para chocar
Alguns anúncios são controversos por querer, como forma de levantar a discussão acerca de temas polêmicos
A marca de roupas Benetton já mandou ver na polêmica como forma de vender seu peixe. Em 1992, horrorizou muita gente com uma campanha que trazia a foto de um homem com aids no hospital, doença que, na época, ainda era tabu. Feito pela fotógrafa Therese Frare, o retrato lembra a tela religiosa Piettá, de Michelangelo. Depois, foi a vez de o fotógrafo Oliviero Toscani produzir uma série de fotos polêmicas para a marca: tem coisas como um padre e uma freira se beijando e até dois cavalos pegos no flagra. É dele também a foto de uma modelo em grau avançado de anorexia usada num anúncio. Feito para a marca de roupas Nolita em 2007, causou polêmica e acendeu a discussão sobre o tema da anorexia entre modelos.