Quais foram as desclassificações mais ridículas das Olimpíadas?
De boxeador que fugiu da luta ao maratonista que pegou uma carona para terminar a prova, a lista está cheia de casos memoráveis.
Chegar a uma Olimpíada já é trabalhoso. Mas não falta quem jogue essa oportunidade pela janela de bobeira. Só nos jogos de Barcelona, em 1992, dois atletas deram adeus à Olimpíada por lapsos cotidianos. O boxeador iraniano Ali Kazemi nem pôde entrar no ringue para competir. Motivo: havia esquecido de levar suas luvas para o combate. Já o iatista canadense Hank Lammens não foi para a água por que tinha esquecido um detalhe: o colete salva-vidas.
Mas nem sempre as desqualificações são culpa dos atletas. Juízes incompetentes ajudam: em Los Angeles-84, o boxeador Evander Holyfield, dos EUA, nocauteou o neozelandês Kevin Barry bem na hora em que soava o gongo. E o juiz desclassificou o futuro campeão dos pesados. Só que Evander não tinha como frear o braço no meio de um golpe. Até Barry, veja só, achou que o nocaute valeu.
Vamos a alguns casos:
Aqualoucos
O time brasileiro de pólo aquático desembarcou em Los Angeles-32 ignorando as regras do esporte. Sem saber, faziam falta atrás de falta. E ficavam malucos com as punições. Tanto que não agüentaram: depois de o juiz marcar a 40ª falta do Brasil, contra quatro da Alemanha, deram uma surra nele. E foram banidos, claro.
Dick esgrimista
O soviético Boris Onischenko é o maior. Na esgrima, os pontos são marcados por um sensor na espada. Em Montreal-76, Boris turbinou a sua com um botãozinho capaz de registrar pontos no placar sempre que pressionado. Foi pego, mas garantiu o título de vigarista mais engenhoso da história.
Paz e amor
A política de não-reação de Mahatma Gandhi talvez não seja a melhor para o boxe. Foi o que aprendeu o peso pesado sueco Ingemar Johansson, em Helsinque-52. Na luta final, contra o americano Ed Sanders, passou dois rounds fugindo da briga, sem dar nenhum soco. E acabou desqualificado por passividade.
Jeitinho francês
As regatas dos Jogos de 1900 estavam começando, e nada de ventar em Paris. Todos os veleiros estavam estáticos. Ninguém se mexia nem com reza brava. Ninguém, menos o veleiro francês Carabinier. De mansinho, ele chegou. Mas o ouro foi cassado: o barco tinha um motor escondido.
Tyson das antigas
Dar mordidas no ringue não é uma obra original de Mike Tyson. O precursor da modalidade foi o boxeador francês Roger Brousse. Seu adversário nas quartas-de-final em Paris-24 reclamou de ter sido mordido durante a luta. Os juízes foram checar e encontraram as marcas dos dentes do francês cravadas no peito do rival.
Na moral
Parecia perfeito: logo nos jogos de Atenas-1896 os três medalhistas da maratona eram gregos. Spyridon Louis com o ouro, Charilaos Vasilakos com a prata e outro Spyridon, o Belokas, com o bronze. Mas só parecia: os juízes descobriram que o outro Spyridon pegou carona numa carruagem em boa parte do percurso.