Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Por que uma palavra repetida muitas vezes perde o sentido?

Basicamente porque o seu cérebro desiste de atribuir um sentido à ela – e começa a prestar atenção apenas no som. Som. Som. Som. Som.

Por Karina Bueno
Atualizado em 22 fev 2024, 10h43 - Publicado em 9 jan 2013, 16h11

Cada área de pesquisa tem sua própria explicação para o fenômeno – e essas explicações se complementam, dando uma visão bastante sólida do que acontece na sua cabeça quando você repete uma palavra. Palavra. Palavra. Palavra. Palavra.

Para a neurociência, a questão é a seguinte: quando alguém insiste muito em uma sequência de sons, o cérebro percebe que a repetição não é importante. Por isso, ele impede que a palavra insistente seja interpretada pelo córtex – a região que cuida de coisas mais complexas como memória, atenção, consciência, linguagem etc. Resultado: o vocábulo continua existindo na sua cabeça. Mas não chega às partes do cérebro que lhe dariam sentido.

Os psicólogos, por sua vez, explicam que a repetição de uma palavra, por ser monótona, nos distrai. E um cérebro vazio tem aquela conhecida tendência a vagar por aí: você acabar prestando atenção no ato de falar, no movimento dos lábios, na respiração ou até no que vai comer na janta. No fundo, esse é só um jeito diferente de dizer que o seu córtex parou de dar bola para a palavra e foi pensar na morte da bezerra.

Por fim, a linguística nos diz que a repetição fora de contexto faz com que nós deixemos de nos relacionar com a coisa no mundo a que a palavra se refere e passemos a prestar atenção apenas no som dela. Som que, por si só, não tem sentido: o signo é arbitrário, já disse Saussure. Uma palavra só significa algo porque todos os falantes de uma língua concordam com esse significado.

Fontes: Denise Menezes, neurologista, Antonio Carlos Amador Pereira, professor do curso de psicologia da PUC-SP, Ana Luiza Navas, professora do curso de fonoaudiologia da Santa Casa de São Paulo, Ernesto Giovanni Boccara, pesquisador em semiótica da Unicamp e Jean Cristtus Portela, doutor em linguística da Unesp.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.